sexta-feira, 18 de maio de 2012

Medalha MIlagrosa

Ó Maria Concebida sem pecado, Rogai por nós, que recorremos a Vós!

Na noite de 18 de julho de 1830, Catarina vê pela primeira vez a Rainha do Céu e da Terra.
“Às onze e meia da noite, ouvi que me chamavam pelo nome: ‘Minha irmã! Minha irmã!’ Acordando, corro a cortina e vejo um menino de quatro a cinco anos, vestido de branco, que me diz: ‘Vinde à capela; a Santíssima Virgem vos espera’.
“Vesti-me depressa e me dirigi para o lado do menino, que permanecera de pé. Eu o segui, sempre à minha esquerda. Por todos os lugares onde passávamos, as luzes estavam acesas, o que me espantava muito. Porém, muito mais surpresa fiquei quando entrei na capela: a porta se abriu, mal o menino a tocou com a ponta do dedo. E minha surpresa foi ainda mais completa quando vi todas as velas e castiçais acesos, o que me recordava a missa da meia-noite.
“Por fim, chegou a hora. O menino me preveniu: ‘Eis a Santíssima Virgem! Ei-La!’. Ouvi como um frufru de vestido de seda, que vinha do lado da tribuna, perto do quadro de São José, e que pousava sobre os degraus do altar, do lado do Evangelho, sobre uma cadeira.
“Nesse momento, olhando para a Santíssima Virgem, dei um salto para junto d’Ela, pondo-me de joelhos sobre os degraus do altar e com as mãos apoiadas sobre os joelhos da Santíssima Virgem. Ali se passou o momento mais doce de minha vida. Ser-me-ia impossível exprimir tudo o que senti. Ela disse: ‘Minha filha, o bom Deus quer encarregar-vos de uma missão’”.




Segunda aparição: A Medalha Milagrosa
 
“No dia 27 de novembro de 1830, vi a Santíssima Virgem. De estatura média, estava de pé, trajando um vestido de seda branco-aurora, mangas lisas, com um véu branco que lhe cobria a cabeça e descia de cada lado até em baixo. Sob o véu, vi os cabelos lisos repartidos ao meio, e por cima uma renda de mais ou menos três centímetros de altura, sem franzido, isto é, apoiada ligeiramente sobre os cabelos. O rosto bastante descoberto, os pés apoiados sobre meia esfera, e tendo nas mãos uma esfera de ouro, que representava o Globo.

“Ela tinha as mãos elevadas à altura do estômago, de uma maneira muito natural, e os olhos elevadas para o céu. Aqui seu rosto era magnificamente belo. Eu não saberia descrevê-lo. E depois, de repente, percebi nos dedos anéis revestidos de pedras, umas mais belas que as outras, umas maiores e outras menores, que lançavam raios, cada qual mais belo que os outros. Partiam das pedras maiores os mais belos raios, sempre se alargando para baixo, o que enchia toda a parte de baixo. Eu não via mais os seus pés. Nesse momento em que estava a contemplá-la, a Santíssima Virgem baixou os olhos, fitando-me. Aqui eu não sei exprimir o que senti e o que vi: a beleza e o fulgor, os raios tão belos.
“Uma voz se fez ouvir, dizendo-me estas palavras: ‘É o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que mas pedem’ ─ fazendo-me compreender quanto é agradável rezar à Santíssima Virgem e quanto Ela é generosa para com as pessoas que a Ela rezam, quantas graças concede às pessoas que Lhas rogam, que alegria sente concedendo-as.
“Nesse momento formou-se um quadro em torno da Santíssima Virgem, um pouco oval, onde havia no alto estas palavras: ‘s Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós’, escritas em letras de ouro. Então uma voz se fez ouvir, que me disse: ‘Fazei cunhar uma medalha com este modelo. Todas as pessoas que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças. As graças serão abundantes para as pessoas que a usarem com confiança’. Nesse instante o quadro me pareceu voltar-se, e vi o reverso da medalha”.

Terceira aparição de Nossa Senhora
Poucos dias depois, em dezembro de 1830, a Santíssima Virgem visitou Catarina pela terceira e última vez. Com o mesmo vestido cor de aurora e o mesmo véu a Virgem Maria se fez ver. Dos mesmos anéis de pedras preciosas jorrava, com intensidades diversas, a mesma luz.

“Quando estava ocupada em contemplar a Santíssima Virgem, uma voz se fez ouvir no fundo de meu coração: ‘Estes raios são símbolo das graças que a Santíssima Virgem obtém para as pessoas que Lhas pedem’. Estava eu cheia de bons sentimentos, quando tudo desapareceu como algo que se apaga; e eu fiquei repleta de alegria e consolação”.



Perspectiva do Reino de Maria

A 31 de dezembro de 1876, morreu Santa Catarina Labouré.
As aparições de Nossa Senhora das Graças (ou da Medalha Milagrosa), como as posteriores de La Sallete, Lourdes e Fátima, abrem uma esplêndida perspectiva marial para o futuro, não obstante os horrores em meio aos quais presentemente nos encontramos. A esse propósito comentou o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: “Para além da tristeza e das punições supremamente prováveis para as quais caminhamos, temos diante de nós os clarões sacrais da aurora do Reino de Maria: ‘Por fim o meu Imaculado Coração triunfará’. É uma perspectiva grandiosa da universal vitória do Coração régio e maternal da Santíssima Virgem. É uma promessa apaziguada, atraente, e sobretudo majestosa e empolgante”.
O Reino de Maria do qual nos fala São Luís Maria Grignion de Montfort, e para o qual acenou Nossa Senhora em Fátima, após os castigos que então predisse, também foi antevisto por Santa Catarina Labouré em 1876, um mês antes de subir aos Céus: ‘Virão grandes catástrofes … o sangue jorrará nas ruas. Por um momento crer-se-á tudo perdido. Mas tudo será ganho. A Santíssima Virgem é quem nos salvará. Sim, quando esta Virgem for honrada, oferecendo o mundo ao Padre Eterno, teremos a paz’.

(transcrito de Catolicismo, nº 467)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O que significa ser "CATÓLICO"?

 
Um jovem me fez esta pergunta. Disse que há algum tempo está em crise de fé e tem buscado a solução em igrejas evangélicas. Em uma delas, ao confessar-se católico, ouviu dizer que a palavra “católico” nem sequer está na Bíblia. Ficou com esta dúvida intrigante. Queria uma resposta pois já estava começando a pensar que seus amigos tinham razão e que seria melhor mesmo mudar de igreja.
Pedi que ele abrisse a sua Bíblia no Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos 18b-20. Utilizarei aqui a tradução mais popular nas bíblias evangélicas (Almeida, corrigida e fiel):
“É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”
Você percebeu que fiz questão de colocar em negrito uma palavrinha que aparece de modo insistente no texto: TODO. Jesus tem todo o poder; devemos anuncia-lo a todos os povos, guardar todo o seu ensinamento na certeza de que estará todos os dias conosco. Esta ordem de Jesus foi levada muito a sério pelos discípulos. Em grego a expressão “de acordo com o todo”, pode ser traduzida por “Kat-holon”. Daí vem a palavra “católico” (em grego seria: Καθολικός). Ao longo do primeiro e segundo séculos os seguidores de Jesus Cristo começaram a ser reconhecidos como “cristãos” e “católicos”. As duas palavras eram utilizadas indistintamente. Ser católico já significava “ser plenamente cristão”. O catolicismo, portanto, é o cristianismo na sua “totalidade”. É a forma mais completa de obedecer o mandato do Mestre antes de sua volta para o Pai. O mesmo mandado pode ser lido no Evangelho de Marcos 16,15: “Ide e pregai o evangelho a toda criatura”. Há, portanto, uma catolicidade vertical, que é ter o Cristo todo, ou seja ser discípulo; e uma catolicidade horizontal, que é levar o Cristo a todos, ou seja, ser missionário. Isso é ser católico: totalmente discípulo, totalmente missionário, totalmente cristão!
Ao que tudo indica o termo “católico” se tornou mais popular a partir de Santo Inácio de Antioquia (discípulo de São João), pelo ano 110 dC. Pode significa tanto a “universalidade” da Igreja como a sua “autenticidade”. Quase na mesma época São Policarpo utilizava o termo “católico” também nestes dois sentidos. Santo Agostinho utilizou o termo “católico” mais de 240 vezes em seus escritos, entre 388-420. São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo e doutor da Igreja, dizia: “A Igreja é católica porque está espalhada por todo o mundo; ensina em plenitude toda a doutrina que a humanidade deve conhecer; conduz toda a humanidade à obediência religiosa; é a cura universal para o pecado e possui todas as virtudes” (Catechesis 18:23). Veja que já está bem claro os dois sentidos de “Católico” como “universal e ortodoxo”. Durante mil anos os dois significados estiveram unidos. Mas por volta do ano 1000 aconteceu um grande cisma que dividiu a igreja em “ocidental e oriental”. A Igreja do ocidente continuou a ser denominada “Católica” e a Igreja do oriente adotou o adjetivo de “Ortodoxa”. Na raiz as duas palavras remetem ao significado original de Igreja “autêntica”.
Santo Tomás de Aquino (1225-1274), grande teólogo ocidental, desenvolveu uma teologia da catolicidade. A Igreja seria “universal” em três sentidos: a) Está em todos os lugares (cf. Rm 1,8) e pode ser militante na Terra, padecente no purgatório e triunfante no céu; b) Inclui pessoas dos três estados de vida (Gal 3,28): leigos, religiosos e ministros ordenados; c) Não tem limite de tempo desde Abel até a consumação dos tempos.
A Igreja católica reconhece que cristãos de outras igrejas pode ter o batismo válido e possuir sementes da verdade em sua fé. Porém, sabe que apenas a Igreja católica conserva e ensina sem corrupção TODA a doutrina apostólica e possui TODOS os meios de salvação.
Devemos viver e promover a sensibilidade ecumênica promovendo a fraternidade com os irmãos que pensam ou vivem a fé cristã de um modo diferente. Mas isso não significa abrir mão de nossa catolicidade. Quando celebramos a Eucaristia seguimos à risca o mandato do Mestre que disse: “Fazei isso em memória de mim!” A falta da Eucaristia deixa uma grande lacuna em algumas Igrejas. Um pastor evangélico, certa vez, me disse que gostaria de rezar a ave-maria, mas por ser evangélico não conseguia. Perguntei por quê? Ele disse que se sentia incomodado toda vez que lia o Magnificat em que Maria proclama: “Todas as gerações me chamarão de bendita” (Lc 1,48)… e se questionava o por quê sua geração tão evangélica não faz parte desta geração que proclama bem-aventurada a Mãe do Salvador!
Realmente, ser católico é ser totalmente cristão!
Texto de: Pe Joãozinho, scj

Maria é Mãe mas também Porteira

 

Chegou em minhas mãos, há algum tempo, um jornal da Associação Maria Porta do Céu, onde Denis Bourgerie narra sua última estadia na França e como ele viveu a experiência de ter de passar pela alfândega com um excesso de peso muito superior ao que podia carregar.

O que ele trazia era material de evangelização. Humanamente seria impossível embarcar com tanta bagagem. Foi quando ele contou a sua preocupação ao capelão da Basílica do Sagrado Coração em Montmaitre e ele lhe disse: “Denis, chegando ao aeroporto diga: “Maria, passe na frente” Ela cuidará de tudo. Ela cuidará de todo o material que você leva para o seu filho, Jesus, como mãe. Ela cuidará de todos os detalhes, muito mais que você.

Ela é a Mãe, mas também porteira. Por isso, abrirá os corações das pessoas e as portas pelo caminho. É só pedir para ela passar na frente “Eu faço isso dezenas de vezes por dia”, disse-me ele. Antes de tomar uma decisão ao telefone, no ônibus, quando eu estou em dificuldades. E a Mãe indo na frente, os filhos estão protegidos, não?

Não é preciso contar o resto. Você já deve ter concluído. O nosso amigo Denis imediatamente pôs em prática o que o Padre lhe aconselhou e começou a rezar: Maria passe na frente! Foi fácil? Não. Mas a confiança no Senhor, através da Mãe, deixou cair todas as preocupações. A providência pode acontecer. O amigo que o acompanhava não acreditava no que tinha visto.

Cento e quatro quilos de excesso de bagagem haviam sido perdoados pelo diretor da alfândega. Vendo o que acontecera, o amigo exclamou: “ Que sorte você tem !” Não foi questão de sorte, mas uma questão de família. Eu tenho o privilégio de ter Maria como Mãe e poder lhe dizer: Maria, passe na frente, para que eu possa resolver o que sou incapaz de resolver sozinho. Cuida do que não está no meu alcance. Tu tens o poder para isso. Quem pode dizer que já foi decepcionado por Ti, depois de ter te chamado.

Por isso fiz questão de passar para você essa receita. Desde que li a mensagem, comecei, como Denis, a colocá-la em prática. Tenho exclamado muitas vezes ao dia e em diferentes situações: Maria, passe na frente, para resolver o que sou incapaz de resolver sozinho. Posso lhe garantir o quanto tem sido eficaz, consolador e imediato o socorro da mãe.

Estou convidando-o a assumirmos juntos o compromisso de colocar tudo nas mãos de Nossa Senhora, pedindo sempre: Maria, passe na frente ! Serão situações as mais variadas, como o próprio capelão expressou. Hoje, por exemplo, já comecei a fazer esse exercício de fé. Tome as situações concretas e diga: Maria, passe na frente! Vamos entregar à Mãe de Deus nossas necessidades. Ela cuidará de todos os detalhes, muito mais do que nós. Ela é a Mãe, mas também a porteira.

Por isso, abrirá os corações das pessoas  e as portas pelo caminho. É só pedir para ela passar na frente. É isso que vamos dizer: Maria, passe na frente, para resolver o que sou incapaz de resolver sozinho.

Deus lhe abençoe!  Viveremos muitas maravilhas, na graça do Senhor, com a intercessão da Santa Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.

Com toda a minha gratidão pela sua amizade.

Ass. Padre Jonas

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Há mais alegria em dar do que em receber


Evangelho da encarnação, da Palavra que se fez carne, de Deus que se fez gente. É assim que pode ser chamado o Evangelho segundo João. Ele é o evangelista que mais aprofunda a transparência divina das realidades humanas.
Cada uma dessas realidades tocadas por Jesus se transforma em sinal. São sinais da Sua glória a água quando transformada em vinho em Caná, também a água pedida e oferecida à samaritana junto ao poço de Jacó. Também são sinais de Deus a cura do paralítico à beira da piscina de Betesda, do cego de nascença na fonte de Siloé e os cinco pães, multiplicados para a multidão, nas colinas da Galileia. São sinais que tantos viram, tantos presenciaram, mas muitos não entenderam, porque não creram, não abriram o coração à fé.
Começando, hoje, o capítulo seis, João aborda um fato notório na vida pública de Jesus: o milagre da multiplicação dos pães narrado também pelos outros evangelistas. Diferentemente de Marcos e Mateus, João não apenas narra o episódio, mas reflete, longamente, sobre o seu significado, mais especificamente sobre sua transparência.
No Evangelho de João, na narrativa da Última Ceia de Jesus, em Jerusalém, não há menção à partilha eucarística do pão. A grande ação de Jesus, nesta ceia, é de lavar os pés dos discípulos como exemplo de serviço. Ele apresenta a Eucaristia, nesse episódio, da partilha do pão. A mesa da refeição tem lugar na montanha, onde Deus dá os dez mandamentos a Moisés. É o Seu Novo Mandamento da partilha e do amor. A figura de destaque é um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Jesus dá graças pela partilha e ela acontece a partir dos mais humildes.
Dentre muitos aspectos que poderia ser salientado, está a prática da caridade na partilha. Jesus nos ensina que a vida deve ser partilhada, pois ela é um dom que deve ser fomentado. Aliás, costuma dizer-se que “o pouco partilhado chega para todos”. Assim aconteceu com o milagre da multiplicação, quando todos comeram e ficaram saciados.
Sem medo de errar, ouso afirmar que o milagre só aconteceu porque Jesus tinha em mente a iniciativa de não despedir o povo com fome, mas, sim, “com eles e para eles” repartir o pão. Assim acontece conosco, porque se não aprendermos a partilhar com os “sem-pão”, com os “sem-roupa” e os “sem-teto”, não teremos a verdadeira alegria de viver, no nosso dia a dia, e nada conseguiremos para nos saciarmos verdadeiramente. Aliás, o próprio Jesus diz: “Há mais alegria em dar do que em receber”.
Sem excluir a ação do milagre da multiplicação, vejo que a caridade foi um fator primordial na multiplicação dos pães.
Jesus mandou que se formassem grupos e se sentassem, porque sabia de algo básico do ser humano: a maioria das pessoas não conseguem comer vendo outras pessoas passando fome na sua frente. Imagine-se dentro desse grupo, com comida na sua bolsa, mas a maioria das pessoas com fome. Você comeria sozinho ou dividiria uma parte da sua comida com os mais próximos? Se sua resposta for ‘sim’, você está de parabéns! Mas se a resposta for “não”, então é hora de rever os seus conceitos. Tudo o que você tem, Deus lhe deu para que você partilhasse com seus irmãos e irmãs. Decida-se! A vida é partilha e doação.
A multiplicação dos pães não é questão de “blá-blá-blá”; é, na realidade, questão de fé. Veja que, no Evangelho – embora não apareça -, podemos imaginar a reação dos discípulos, quando Jesus mandou que trouxessem os cinco pães e os dois peixes até Ele, na intenção de alimentar aquela multidão de cinco mil homens.
Para quem não entende o que é fé, poderia duvidar e dizer: “Será que isso vai dar certo?”. Mas Jesus, como em todos os milagres, fez a parte d’Ele e deixou que cada pessoa, na multidão, também fizesse a sua parte. Essa é a sua vez!
Quando todos ao seu redor disserem que aquilo em que você acredita não existe, é preciso que você não desfaleça. Vá e aguente firme! Acredite que, com Jesus e pela força da oração, tudo pode ser mudado. Se a fé de Jesus fosse “fraca”, Ele nem teria tentado repartir os pães e os peixes.
Somos convidados a viver a Eucaristia como partilha concreta da vida, na certeza de que – com Cristo, em Cristo e para Cristo – nada é impossível. Por hoje, saibamos repartir o nosso “pão” e o nosso “peixe” com quem está ao nosso lado passando fome, quer seja material ou espiritual.

Padre Bantu Mendonça

Procure Jesus, Ele é o caminho, a verdade e a vida


Sabendo que pouco tempo lhe restaria em meio aos Seus discípulos, Jesus se pôs a mostrar a eles muitas coisas que teriam de enfrentar quando fossem embora para junto de Deus. Ele falava da casa do Pai e Suas moradas. Prometia-lhes preparar um lugar no céu. Porém, os discípulos permaneciam duvidando e não entendiam muito bem do que, realmente, Jesus lhes falava.
A Palavra que Jesus nos dirige, hoje, é o ‘sim’ que significa a verdade, o caminho e a vida. Jesus é a verdade de Deus. Verdade que salva, redime, liberta e cura as nossas doenças.
Ao responder ‘sim’ a Ele, confirmamos nossa crença e Lhe damos a certeza absoluta de que tudo o que foi dito é a pura verdade e não há outra. Infelizmente, há, ainda hoje, muitas pessoas que, como Tomé, não enxergam o caminho que os conduz à verdadeira felicidade. Todavia, felizmente, para essas pessoas Jesus envia cada um de nós, a fim de provarmos que o Senhor é tudo para nós.
Quando Jesus usa as palavras: “Em verdade vos digo”, a qual João duplica: “Em verdade, em verdade vos digo”, está reproduzindo a Palavra do Senhor na boca dos profetas; está sublinhando não só que Ele é o enviado do Deus da verdade, mas que Suas Palavras são verdadeiras e cheias do querer do Pai.
Jesus quis dizer, com essas Palavras, que o Seu ‘sim’ é o ‘sim’ a Deus. Ele é a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação divina. Ele vive a verdade do Pai e dá testemunho dela, pois só Ele tem a verdade completa. Só por Jesus vamos ao Pai. Cristo é o único caminho que nos leva a Ele. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.
Por Ele, Deus realiza, plenamente, Suas promessas e mostra que n’Ele não há ‘sim’ ou ‘não’, apenas ‘sim’ e, por meio d’Ele, devemos dizer o nosso ‘sim’ a Deus para a glória do Pai.
Por isso que no batismo a voz do Pai vindo do céu dizia: “Tu és o meu Filho amado, em Ti encontro o meu agrado” e, na Transfiguração, a voz do Pai repete estas mesmas palavras acrescentando: “Escutem o que Ele diz”. É Ele que tem a verdade, a minha verdade!
Portanto, não precisamos ficar perturbados colocando dúvidas em nossos pensamentos, buscando segurança em outros caminhos. Pelo contrário, devemos seguir os conselhos do Mestre: “Tendes fé em Deus, tende fé em mim também” e confiarmos que a nossa morada já está preparada no céu, e que hoje o “céu” é o nosso coração, casa de Deus, lugar onde Jesus habita pelo poder do Espírito Santo.
Quer chegar ao Pai no Céu, que nos garante a vida plena e a verdadeira felicidade? Procure Jesus. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Não busque outros caminhos. Reaviva a fé, a disposição, a coragem, a humildade, a oração e procure alimentar-se sempre do conhecimento das palavras: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim”.

Padre Bantu Mendonça

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Maria, presença que liberta - Padre Rufus - Parte 3


Em Lucas capitulo 11, depois que Jesus ensina seus discípulos a rezarem, uma mulher vai dizer: “Bem aventurada é sua mãe, bem aventurado o ventre que te concebeu e os seios que te amamentaram”. Jesus diz: “Eu é que sou bem aventurado por ter uma mãe como ela”. Bem aventurados são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a guarda no coração! Eu não posso entender aqueles que tem uma grande devoção a Maria e não lêem a Bíblia. Maria é a mulher do Espírito Santo e o que foi concebido em seu ventre era fruto do Espírito Santo, por isso Isabel diz a ela que quando a encontrou o filho que esta em seu ventre se estremeceu de alegria e onde Maria passava é como se acontecesse uma epidemia do Espirito Santo, por isso não posso acreditar quando uma pessoa se diz devota de Maria, mas não querem o batismo do Espirito Santo, por isso agradeço a Deus pelo dom da Renovação Carismática na Igreja. Agradeçamos pelo nosso Papa que diz que toda Igreja precisa ser batizada pelo Espírito Santo.

Finalmente Maria é mãe das dores, é a mãe da cruz e a vida dela foi feita de sofrimentos e dores, desde o momento da concepção de Jesus ela sofria, pois José teve uma desconfiança e a pior coisa de um relacionamento é a falta de confiança. Então o anjo disse a José em sonho: “Não tema em recebê-la por esposa”. Ela teve que dar a luz em um estábulo e logo depois Herodes ameaçava Jesus de morte. Depois Jesus se perde de seus pais, a pior coisa não é uma mãe saber se seu filho esta morto ou doente, a pior dor é saber que seu filho está perdido. Depois Simeão diz a ela que seu filho seria causa de sofrimento a ela e provavelmente durante o ministério de Jesus muitas outras pessoas vinham falar que Jesus estava quebrando todos os mandamentos da lei judaica, mas Maria sabia quem era Jesus seu filho e o grande final é quando Jesus está na cruz e Maria esta ali aos pés da cruz com seu filho.

Na minha oração de hoje peço que Maria esteja sempre ao seu lado, ao lado dos casais, dos filhos, chamando você a olhar para o coração de Jesus, sabendo que ela é a mãe das misericórdias e o Pai do céu, é o Pai das misericórdias e Jesus é a divina misericórdia em pessoa, eles esperam que nos voltemos a eles, assim como eles nos prometeram grandes curas, como diz o tema deste encontro.

fonte: Canção Nova

Maria, presença que liberta - Padre Rufus - Parte 2


Me lembrei que naquele convento em que eu estava havia uma estátua de Nossa Senhora das dores e eu percebi que naquela situação havia uma outra mãe como Maria cheia de dores, só uma mãe que tem filhos com problemas é quem sabe o que é esta dor. Uma mãe que tem filho com problema mental, só ela sabe pela dor que passa. Pois então pedi que aquela mulher trouxesse seu filho. Os pais me trouxeram aquele rapaz e então pensei, vou pedir que as irmãs rezem por este menino, mas fui verificar primeiro se realmente procedia aquilo que me contaram e levei-o para o sol e vi que havia um grande calo em sua testa de tanto que ele batia. Peguei em sua cabeça e dirigi sua cabeça para sol e ele novamente começou a bater na testa, percebi que ele realmente tinha um grande problema e então pensei não vou levá-lo às irmãs para que rezem por ele, só vou pedir que elas intercedam por ele, enquanto rezo por ele.

Levei-o em uma capela daquele lugar onde havia um outro quadro, de Maria mãe das Misericórdias e quando olhei para aquele quadro, eu logo entreguei aquele menino a Maria dizendo: “Maria te entrego este menino, pois tu é mulher e mãe e pode imaginar pelo sofrimento que ele e sua mãe passam”. Levei ele junto com seus pais e uma irmã dele em um lugar silencioso e ungi a testa dele com óleo e perguntei se ele sentia algo e ele disse que sentia dores e rezei de novo e ele me disse que estava melhor. Rezei mais uma vez e ele me disse que estava se sentindo leve, antes ele dizia que estava se sentindo pesado. Eu tinha tanta confiança que eu acreditava que Nossa Senhora estava olhando para o sofrimento daquela mãe, levei ele novamente para frente do sol e vi que ele estava completamente curado.

Depois encontrei aquela família novamente e perguntei: “onde esta o seu filho?” a mãe me respondeu ele está aqui e percebi que não havia mais nenhum calombo na testa daquele menino, depois eu ficara sabendo que seus pais tinham se tornado grandes evangelizadores e aquele menino voltou a estudar e se tornou um ótimo aluno. Algum tempo depois encontrei aquele garoto e pude perceber o quanto Maria pôde fazer por aquele garoto e por aquela família.

Maria não é somente uma intercessora nossa, mas é para nós uma mãe, um modelo, a mulher que traz a nós a Palavra de Deus, a mulher do Espirito Santo, a mulher presente na cruz, ela é para nós presença e uma lembrança do que Jesus trouxe para nós. Como começa o Evangelho de São João, começa com as bodas de Canaã e o que diz ele, “Maria estava lá”, e este mesmo Evangelho termina com Jesus na cruz dizendo que “Maria estava lá” aos pés da cruz. Maria é a mulher da Palavra, é um sinal do que deve ser um cristão.

Somente quatro vezes nos lemos sobre Maria nos Evangelhos. A primeira vez é quando Maria diz ao Anjo Gabriel: “seja feita segundo a vossa Palavra” e ela diz: “quero fazer sua vontade exatamente como ela é e como foi dita”. Segundo, quando Maria entra na casa de Isabel e Isabel diz: “Maria tu és abençoada ainda mais, porque acreditou na Palavra do Senhor!”. Terceiro, no Evangelho de São Lucas capitulo 8, quando a mãe de Jesus estão procurando por Ele, dizem a Ele que sua mãe e seus irmãos estão procurando por Ele. Jesus diz para seus discípulos: “Vocês são tão preciosos para mim quanto minha mãe, pois assim como minha mãe ouve a Palavra de Deus, vocês também a ouvem. Quem são minha mãe e meus irmãos? Vocês são! Se ouvirem e obedecê-la!”.

fonte: Canção Nova

Maria, presença que liberta - Padre Rufus - Parte 1


Nas leituras da Missa de hoje, nós temos um louvor a Jesus dado por São Paulo. É onde ele diz, que em Nome de Jesus cada joelho tem que se dobrar e toda língua tem que professar que Jesus Cristo é o Senhor. Um verdadeiro cristão é aquele que crê em seu coração e professa com sua boca que Jesus é o Senhor.

Certa vez eu estava na Terra Santa e fui convidado a conduzir uma oração de cura no mar da Galiléia. Haviam 2 mil pessoas de todas as partes do mundo. O presidente da Renovação Carismática do Haiti estava lá e me convidou para ir ao seu país para fazer a mesma oração, para rezar pelas pessoas, pela terra e pela Igreja. No ano seguinte, era o 'ano do Espírito Santo' e recebi uma carta para me lembrar do convite que aquele homem havia feito e um pouco depois recebi a programação do encontro onde eu achei que pregaria.

Falando com ele perguntei se queria que eu fizesse palestras, e a resposta dele foi: “não! O senhor só precisa fazer uma oração”. Então, chegando o dia, fui para o Haiti e no aeroporto lá estava uma senhora me esperando. Era a esposa do primeiro ministro do país. No caminho, ela foi me falando do seu país, que é um dos lugares mais pobres do mundo, com muita violência, e lá o 'vudu' se tornou a religião oficial do país. Então pensei: “meu Deus onde eu fui aterrissar!”.

Então a mulher do primeiro ministro me levou para o lugar mais alto do Haiti e pediu que eu fizesse uma oração pela cura e libertação daquela terra, do seu povo e da Igreja de lá . Estava acontecendo uma convenção com milhares de pessoas e então teve um momento onde um padre trouxe o Santíssimo Sacramento para o Altar e estava reunido ali o Clero.  Então eu fui chamado a rezar por aquele país. Depois desta oração, fui e me juntei aos Bispos que ali estavam e o povo continuou a rezar e adorar a Jesus no Sacramento.

De repente, percebi que o povo não estava mais olhando para Jesus no Sacramento, mas olhavam para o lado direito e o líder da Renovação Carismática do local veio e me disse: “as pessoas estão dizendo que daquela árvore surgiu uma luz e eles podem ver Maria, a mãe de Jesus”. Eu não quis acreditar, acredito que Maria está no céu, mas olhei e vi como se fossem flashes de luz ao pé daquela árvore. Então uma criança que estava cega se aproximou da árvore e disse à sua mãe: “mamãe eu estou vendo Maria naquela árvore!”. Depois eu encontrei aquela criança e vi que ela realmente havia retomado sua visão. Em Medjugorje podemos presenciar algumas pessoas que ficam com os olhos fixos na presença de Nossa Senhora - que aparece por lá - mas ali eram milhares de pessoas a olhar para Maria que havia aparecido.

No outro dia era domingo e estava eu lá pregando quando novamente as pessoas voltaram a ver Nossa Senhora. Eu pensei, Maria pode aparecer no sábado que é o dia dedicado a ela, mas no domingo não. Domingo é o dia do Senhor, pensei sorridente. Então fui convidado por muitos para pregar em outras dioceses daquele país, pois esperavam que onde eu fosse Nossa Senhora apareceria. Fui visitar aquela árvore e vi que tiraram todas as folhas e cascas para levarem para casa como lembrança. Porque será que Maria tem aparecido em vários lugares? Me veio a história da visitação de Maria a sua prima Isabel, não somente ela, pois ela já trazia Jesus em seu ventre e Isabel diz a ela: “Como pode a mãe do meu Senhor vir até a mim visitar a minha casa?” e aquilo que Maria fez, aquela visita que ela fez não somente a Isabel, ela quer fazer hoje a nós, ela tem aparecido em muitos lugares, em Lourdes, em Fátima e em tantos outros lugares e na nossa mente só pode acontecer a mesma admiração que teve Isabel. Maria é a mãe da Igreja, ela é nossa mãe!

Em um retiro de irmãs e professoras, uma das professoras veio falar comigo e me contou que seu marido - que era um grande professor de uma escola Jesuíta - tinha estendido sua permanência, dando aulas e não havia sido pago por isso. Então ele se revoltou contra a escola, contra a Igreja e perturbava sua mulher. Aquela mulher veio ao retiro só para rezar pelo seu marido. Ela me disse que estava sofrendo com uma dor no ombro e disse que ia em um centro de tratamento para tratar daquela dor, mas então eu rezei por ela e no outro dia ela estava sem a dor. Ela me pediu para trazer seu filho que tinha dez anos e que tinha um comportamento estranho, quando olhava para a luz ele batia na testa, ela me contou que uma professora em sua infância havia batido na testa dele sem querer. Então ele repetia isso toda vez que era exposto à luz, teve que sair da escola e achavam que ele estava ficando louco e teve que ser mantido em um quarto escuro.

fonte: Canção Nova

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Chamados e Amados como Filhos



“Jesus é a pedra que vós os construtores desprezastes e que se tornou a pedra angular”. Com esta afirmação de Pedro temos a revelação de um Novo Testamento que Cristo veio inaugurar que supõe também a criação de um novo povo de Deus, a Igreja no qual todos somos filhos dEle e não mais servos: “já não vos chamo servos mas amigos pois vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai”.

Com a Sua Encarnação Cristo passou a viver entre nós como homem, se tornou semelhante a nos para que nós sejamos semelhantes a Ele para que possamos nos unir eternamente com Ele quando o virmos tal como Ele é. Ele é a pedra rejeitada pela sinagoga do povo do Antigo Testamento que se constitui na pedra angular, de amarração de todo o edifício do novo povo do Novo Testamento. Neste redil da Igreja, todas as ovelhas do Bom Pastor são conhecidas pelo nome numa comunhão com Deus que se consumará na eternidade.

Cristo se compara com o Bom Pastor, diferenciando-se de todos os demais pastores que, trabalhando somente pelo salário, fogem mediante a presença do lobo, não amam cada ovelhinha ao ponto de arriscar a vida para salvá-la do perigo, já que não as conhecendo desde seu nascimento, não lhes tem amor algum.

O Bom Pastor é o dono das ovelhas que as conhece desde o momento do nascimento pois ajudou no parto e deu o nome a cada uma delas. Jesus é o Bom Pastor que antes do nosso nascimento já no conhecia e havia chamado pelo nome (Jr.1,1ss). Embora essa passagem diga respeito à consagração de Jeremias como profeta, diz respeito também a cada cristão que, no momento de seu Batismo foi consagrado como filho de Deus e recebeu um nome que Ele já conhecia desde toda eternidade.

“Pois não existe debaxo do céu um outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” já que slavação aqui é a expressão do livramento completo e duradouro de tudo o que ameaça a humanidade que, quando dEle se separou pelo pecado, causou a si o maior de todos os danos que poderia se causar, a morte.

Cristo nos salvou porque se tornou homem como ós sem deixar de ser Deus para poder sofrer em si as consequencias de nossos pecados.

O Bom Pastor conhece as suas ovelhas num nivel muito mais profundo que um pastor dono de suas ovelhas que as conhece desde seu nascimento, uma vez que Ele não somente nos criou por amor, nos deu o ser, planejando cuidadosamente cada uma das caracteristicas de nosso corpo, alma e espírito.

“Ele é a pedra angular” que amarra todas as pedras da Igreja em todos os seus niveis: triunfante, padecente e militante, sendo que nesta última dimensão se compõe também daqueles que não estando ainda no mesmo redil recebeu uma prece daquele que por elas deu a vida pedindo que haja um só rebanho e um só pastor, para que todos tenham vida e vida em abundancia (JO.10,10).

O Escândalo da Cruz



Na antiguidade, a cruz, por ser um instrumento de condenação à morte, era um sinal de maldição (Gl 3,13). Depois que Jesus morreu nela por nós, a Cruz se tornou um sinal de honra e bênção. A partir de então, sob diversas formas, a Cruz é colocada na coroa dos reis, nas medalhas, condecorações, no alto das Igrejas, nas montanhas que circundam as cidades para abençoá-las, na campa dos falecidos, nas caravelas, nas bandeiras, etc.

Após as dez grandes perseguições romanas aos primeiros cristãos, o Imperador Constantino, antes da batalha contra Maxêncio, teve uma visão da Cruz com a inscrição: “com este sinal vencerás!”. Constantino mandou então colocar o sinal da Cruz em todos os estandartes e escudos romanos, venceu a batalha da ponte Mílvio (312) e deu liberdade aos cristãos, pondo fim às perseguições. A estação de comboio em Roma, próxima ao local desta batalha, chama-se exactamente “Lábaro”. A inscrição de Constantino, com o cristograma e a cruz, recebeu o nome de “lábaro de Constantino”. Desde então tem sido interpretado por todos como um símbolo de cristandade.

São Paulo Apóstolo diz que o resumo da sua pregação, o cristianismo, era Cristo crucificado: “Nós proclamamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos” (1 Cor 1, 23). Ele se refere ao “escândalo da Cruz” (Gl 5, 11), porque, realmente, muitos dela se escandalizavam. E não só. Muitos a odiavam: “Há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo” (Fl 3, 18). O ódio à cruz, o incómodo pela cruz, o escândalo da cruz, referem-se à Cristo. É Ele que incomoda, é a sua doutrina, é a sua lembrança que incomoda. É por isso que os atuais “inimigos da cruz de Cristo” não querem vê-la.

Ademais, a presença de crucifixos nas salas de julgamento dos Tribunais, conforme explica o jurista Paulo Brossard, é para lembrar “alguém que foi acusado, processado, julgado, condenado e executado, enfim, injustiçado até sua crucificação, com ofensa às regras legais históricas, e, por fim, ainda vítima da pusilanimidade de Pilatos, que, tendo consciência da inocência do perseguido, preferiu lavar as mãos e, com isso passar à história…O crucifixo está nos tribunais não porque Jesus fosse uma divindade, mas porque foi vítima da maior das falsidades de justiça pervertida… Pilatos ficou na história como o protótipo do juiz covarde…”. Sendo assim, por lembrar Jesus e a sua doutrina e a ignomínia do pecado e da injustiça, a cruz realmente incomoda! Ao diabo e a muitos também.