segunda-feira, 18 de junho de 2012

Dicas para corrigir alguém


Como você corrige seu filho, seu esposo, sua esposa, seu empregado, seu colega, seu subordinado de modo geral? É um dever e uma necessidade corrigir aqueles a quem amamos, mas isso precisa ser feito de maneira correta. Toda autoridade vem de Deus e em Seu nome deve ser exercida; por isso, com muito jeito e cautela.
Não é fácil corrigir uma pessoa que erra; apontar o dedo para alguém e dizer-lhe: “Você errou!”, dói no ego da pessoa; e se a correção não for feita de modo correto pode gerar efeito contrário. Se esta for feita inadequadamente pode piorar o estado da pessoa e gerar nela humilhação e revolta. Nunca se pode, por exemplo, corrigir alguém na frente de outras pessoas, isso a deixa humilhada, ofendida e, muitas vezes, com ódio de quem a corrigiu. E, lamentavelmente, isso é muito comum, especialmente por parte de pessoas que têm um temperamento intempestivo (“pavio curto”) e que agem de maneira impulsiva. Essas pessoas precisam tomar muito cuidado, porque, às vezes, querendo queimar etapas, acabam queimando pessoas. Ofendem a muitos.
Quem erra precisa ser corrigido, para seu bem, mas com elegância e amor. Há pais que subestimam os filhos, os tratam com desdém, desprezo. Alguns, ao corrigi-los, o fazem com grosseria, palavras ofensivas e marcantes. O pior de tudo é quando chamam a atenção dos filhos na presença de outras pessoas, irmãos ou amigos, até do (a) namorado (a). Isso o (a) humilha e o (a) faz odiar o pai e a mãe. Como é que esse (a) filho (a), depois, vai ouvir os conselhos desses pais? O mesmo se dá com quem corrige um empregado ou subordinado na frente dos outros. É um desastre humano!
Gostaria de apontar aqui três exigências para corrigir bem uma pessoa:
1 – Nunca corrigir na frente dos outros. Ao corrigir alguém, deve-se chamá-lo a sós, fechar a porta da sala ou do quarto, e conversar com firmeza, mas com polidez, sem gritos, ofensas e ameaças, pois este não é o caminho do amor. Não se pode humilhar a pessoa. Mesmo a criança pequena deve ser corrigida a sós para que não se sinta humilhada na frente dos irmãos ou amigos. Se for adulto, isso é mais importante ainda. Como é lamentável os pais ou patrões que gritam corrigindo seus filhos ou empregados na frente dos outros! Escolha um lugar adequado para corrigir a pessoa.
Gostaria de lembrar que a Igreja, como boa Mãe, garante a nós o sigilo da Confissão, de maneira extrema. Se o sacerdote revelar nosso pecado a alguém, ele pode ser punido com a pena máxima que a instituição criada por Cristo pode aplicar: a excomunhão. Isso para proteger a nossa intimidade e não permitir que a revelação de nossos erros nos humilhe. E nós? Como fazemos com os outros? Só o fato de você dar a privacidade à pessoa a ser corrigida, ao chamá-la a sós, ela já estará mais bem preparada para a correção a receber, sem odiá-lo.
2 – Escolha o momento certo. Não se pode chamar a atenção de alguém no momento em que a pessoa errada está cansada, nervosa ou indisposta. Espere o melhor momento, quando ela estiver calma. Os impulsivos e coléricos precisam se policiar muito nestes momentos porque provocam tragédias no relacionamento. Com o sangue quente derramam a bílis – às vezes mesmo com palavras suaves – sobre aquele que errou e provocam no interior deste uma ferida difícil de cicatrizar. Pessoas assim acabam ficando malvistas no seu meio. Pais e patrões não podem corrigir os filhos e subordinados dessa forma, gritando e ofendendo por causa do sangue quente. Espere, se eduque, conte até 10 dez, vá para fora, saia por um tempo da presença do que errou; não se lance afoito sobre o celular para o repreender “agora”. Repito: a correção não pode deixar de ser feita; a punição pode ser dada, mas tudo com jeito, com galhardia. Estamos tratando com gente e não com gado.
3 – Use palavras corretas. Às vezes, um “sim” dito de maneira errada é pior do que um “não” dito com jeito. Antes de corrigir alguém, saiba ouvi-lo no que errou; dê-lhe o direito de expor com detalhes e com tempo o que fez de errado, e por que fez aquilo errado. É comum que o pai, o patrão, o amigo, o colega, precipitados, cometam um grave erro e injustiça com o outro. O problema não é a correção a aplicar, mas o jeito de falar, sem ofender, sem magoar, sem humilhar, sem ferir a alma.
Eu era professor em uma Faculdade, e um dos alunos veio me dizer que perdeu uma das provas e que não podia trazer atestado médico para justificar sua falta. Ter que fazer uma prova de segunda chamada, apenas para um aluno, me irritava. Então, eu lhe disse que não lhe daria outra prova. Quando ele insistiu, fui grosseiro com ele, até que ele pôde se explicar: “Professor, é que eu uso um olho de vidro, e no dia da sua prova o meu olho de vidro caiu na pia e se quebrou; por isso eu não pude fazer a prova”. Fiquei com “cara de tacho” e lhe pedi mil desculpas.
Nunca me esqueci de uma correção que o meu pai nos deu quando eu e meus oito irmãos éramos ainda pequenos. De vez em quando nós nos escondíamos para fumar escondidos dele. Nossa casa tinha um quintal grande e um pequeno quarto no fundo do quintal; lá a gente se reunia para fumar.
Um dia nosso pai nos pegou fumando; foi um desespero… Eu achei que ele fosse dar uma surra em cada um; mas não, me lembro exatamente até hoje, depois de quase cinquenta anos, a bela lição que ele nos deu. Lembro-me bem: nos reuniu no meio do quintal, em círculo, depois pediu que lhe déssemos um cigarro; ele o pegou, acendeu-o, deu uma tragada e soprou a fumaça na unha do dedo polegar, fazendo pressão, com a boca quase fechada. Em seguida, mostrou a cada um de nós a sua unha amarelada pela nicotina do cigarro. E começou perguntando: “Vocês sabem o que é isso, amarelo? É veneno; é nicotina; isso vai para o pulmão de vocês e faz muito mal para a saúde. É isso que vocês querem?”
Em seguida ele não disse mais nada; apenas disse que ele fumava quando era jovem, mas que deixou de fazê-lo para que nós não aprendêssemos algo errado com ele. Assim terminou a lição; não bateu em ninguém e não xingou ninguém; fomos embora. Hoje nenhum de meus irmãos fuma; e eu nunca me esqueci dessa lição. São Francisco de Sales, doutor da Igreja, dizia que “o que não se pode fazer por amor, não deve ser feito de outro jeito, porque não dá resultado”.
E se você magoou alguém, corrigindo-o grosseiramente, peça perdão logo; é um dever de consciência. 

Fonte: Prof. Felipe Aquino

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Medalha MIlagrosa

Ó Maria Concebida sem pecado, Rogai por nós, que recorremos a Vós!

Na noite de 18 de julho de 1830, Catarina vê pela primeira vez a Rainha do Céu e da Terra.
“Às onze e meia da noite, ouvi que me chamavam pelo nome: ‘Minha irmã! Minha irmã!’ Acordando, corro a cortina e vejo um menino de quatro a cinco anos, vestido de branco, que me diz: ‘Vinde à capela; a Santíssima Virgem vos espera’.
“Vesti-me depressa e me dirigi para o lado do menino, que permanecera de pé. Eu o segui, sempre à minha esquerda. Por todos os lugares onde passávamos, as luzes estavam acesas, o que me espantava muito. Porém, muito mais surpresa fiquei quando entrei na capela: a porta se abriu, mal o menino a tocou com a ponta do dedo. E minha surpresa foi ainda mais completa quando vi todas as velas e castiçais acesos, o que me recordava a missa da meia-noite.
“Por fim, chegou a hora. O menino me preveniu: ‘Eis a Santíssima Virgem! Ei-La!’. Ouvi como um frufru de vestido de seda, que vinha do lado da tribuna, perto do quadro de São José, e que pousava sobre os degraus do altar, do lado do Evangelho, sobre uma cadeira.
“Nesse momento, olhando para a Santíssima Virgem, dei um salto para junto d’Ela, pondo-me de joelhos sobre os degraus do altar e com as mãos apoiadas sobre os joelhos da Santíssima Virgem. Ali se passou o momento mais doce de minha vida. Ser-me-ia impossível exprimir tudo o que senti. Ela disse: ‘Minha filha, o bom Deus quer encarregar-vos de uma missão’”.




Segunda aparição: A Medalha Milagrosa
 
“No dia 27 de novembro de 1830, vi a Santíssima Virgem. De estatura média, estava de pé, trajando um vestido de seda branco-aurora, mangas lisas, com um véu branco que lhe cobria a cabeça e descia de cada lado até em baixo. Sob o véu, vi os cabelos lisos repartidos ao meio, e por cima uma renda de mais ou menos três centímetros de altura, sem franzido, isto é, apoiada ligeiramente sobre os cabelos. O rosto bastante descoberto, os pés apoiados sobre meia esfera, e tendo nas mãos uma esfera de ouro, que representava o Globo.

“Ela tinha as mãos elevadas à altura do estômago, de uma maneira muito natural, e os olhos elevadas para o céu. Aqui seu rosto era magnificamente belo. Eu não saberia descrevê-lo. E depois, de repente, percebi nos dedos anéis revestidos de pedras, umas mais belas que as outras, umas maiores e outras menores, que lançavam raios, cada qual mais belo que os outros. Partiam das pedras maiores os mais belos raios, sempre se alargando para baixo, o que enchia toda a parte de baixo. Eu não via mais os seus pés. Nesse momento em que estava a contemplá-la, a Santíssima Virgem baixou os olhos, fitando-me. Aqui eu não sei exprimir o que senti e o que vi: a beleza e o fulgor, os raios tão belos.
“Uma voz se fez ouvir, dizendo-me estas palavras: ‘É o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que mas pedem’ ─ fazendo-me compreender quanto é agradável rezar à Santíssima Virgem e quanto Ela é generosa para com as pessoas que a Ela rezam, quantas graças concede às pessoas que Lhas rogam, que alegria sente concedendo-as.
“Nesse momento formou-se um quadro em torno da Santíssima Virgem, um pouco oval, onde havia no alto estas palavras: ‘s Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós’, escritas em letras de ouro. Então uma voz se fez ouvir, que me disse: ‘Fazei cunhar uma medalha com este modelo. Todas as pessoas que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças. As graças serão abundantes para as pessoas que a usarem com confiança’. Nesse instante o quadro me pareceu voltar-se, e vi o reverso da medalha”.

Terceira aparição de Nossa Senhora
Poucos dias depois, em dezembro de 1830, a Santíssima Virgem visitou Catarina pela terceira e última vez. Com o mesmo vestido cor de aurora e o mesmo véu a Virgem Maria se fez ver. Dos mesmos anéis de pedras preciosas jorrava, com intensidades diversas, a mesma luz.

“Quando estava ocupada em contemplar a Santíssima Virgem, uma voz se fez ouvir no fundo de meu coração: ‘Estes raios são símbolo das graças que a Santíssima Virgem obtém para as pessoas que Lhas pedem’. Estava eu cheia de bons sentimentos, quando tudo desapareceu como algo que se apaga; e eu fiquei repleta de alegria e consolação”.



Perspectiva do Reino de Maria

A 31 de dezembro de 1876, morreu Santa Catarina Labouré.
As aparições de Nossa Senhora das Graças (ou da Medalha Milagrosa), como as posteriores de La Sallete, Lourdes e Fátima, abrem uma esplêndida perspectiva marial para o futuro, não obstante os horrores em meio aos quais presentemente nos encontramos. A esse propósito comentou o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: “Para além da tristeza e das punições supremamente prováveis para as quais caminhamos, temos diante de nós os clarões sacrais da aurora do Reino de Maria: ‘Por fim o meu Imaculado Coração triunfará’. É uma perspectiva grandiosa da universal vitória do Coração régio e maternal da Santíssima Virgem. É uma promessa apaziguada, atraente, e sobretudo majestosa e empolgante”.
O Reino de Maria do qual nos fala São Luís Maria Grignion de Montfort, e para o qual acenou Nossa Senhora em Fátima, após os castigos que então predisse, também foi antevisto por Santa Catarina Labouré em 1876, um mês antes de subir aos Céus: ‘Virão grandes catástrofes … o sangue jorrará nas ruas. Por um momento crer-se-á tudo perdido. Mas tudo será ganho. A Santíssima Virgem é quem nos salvará. Sim, quando esta Virgem for honrada, oferecendo o mundo ao Padre Eterno, teremos a paz’.

(transcrito de Catolicismo, nº 467)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O que significa ser "CATÓLICO"?

 
Um jovem me fez esta pergunta. Disse que há algum tempo está em crise de fé e tem buscado a solução em igrejas evangélicas. Em uma delas, ao confessar-se católico, ouviu dizer que a palavra “católico” nem sequer está na Bíblia. Ficou com esta dúvida intrigante. Queria uma resposta pois já estava começando a pensar que seus amigos tinham razão e que seria melhor mesmo mudar de igreja.
Pedi que ele abrisse a sua Bíblia no Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos 18b-20. Utilizarei aqui a tradução mais popular nas bíblias evangélicas (Almeida, corrigida e fiel):
“É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”
Você percebeu que fiz questão de colocar em negrito uma palavrinha que aparece de modo insistente no texto: TODO. Jesus tem todo o poder; devemos anuncia-lo a todos os povos, guardar todo o seu ensinamento na certeza de que estará todos os dias conosco. Esta ordem de Jesus foi levada muito a sério pelos discípulos. Em grego a expressão “de acordo com o todo”, pode ser traduzida por “Kat-holon”. Daí vem a palavra “católico” (em grego seria: Καθολικός). Ao longo do primeiro e segundo séculos os seguidores de Jesus Cristo começaram a ser reconhecidos como “cristãos” e “católicos”. As duas palavras eram utilizadas indistintamente. Ser católico já significava “ser plenamente cristão”. O catolicismo, portanto, é o cristianismo na sua “totalidade”. É a forma mais completa de obedecer o mandato do Mestre antes de sua volta para o Pai. O mesmo mandado pode ser lido no Evangelho de Marcos 16,15: “Ide e pregai o evangelho a toda criatura”. Há, portanto, uma catolicidade vertical, que é ter o Cristo todo, ou seja ser discípulo; e uma catolicidade horizontal, que é levar o Cristo a todos, ou seja, ser missionário. Isso é ser católico: totalmente discípulo, totalmente missionário, totalmente cristão!
Ao que tudo indica o termo “católico” se tornou mais popular a partir de Santo Inácio de Antioquia (discípulo de São João), pelo ano 110 dC. Pode significa tanto a “universalidade” da Igreja como a sua “autenticidade”. Quase na mesma época São Policarpo utilizava o termo “católico” também nestes dois sentidos. Santo Agostinho utilizou o termo “católico” mais de 240 vezes em seus escritos, entre 388-420. São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo e doutor da Igreja, dizia: “A Igreja é católica porque está espalhada por todo o mundo; ensina em plenitude toda a doutrina que a humanidade deve conhecer; conduz toda a humanidade à obediência religiosa; é a cura universal para o pecado e possui todas as virtudes” (Catechesis 18:23). Veja que já está bem claro os dois sentidos de “Católico” como “universal e ortodoxo”. Durante mil anos os dois significados estiveram unidos. Mas por volta do ano 1000 aconteceu um grande cisma que dividiu a igreja em “ocidental e oriental”. A Igreja do ocidente continuou a ser denominada “Católica” e a Igreja do oriente adotou o adjetivo de “Ortodoxa”. Na raiz as duas palavras remetem ao significado original de Igreja “autêntica”.
Santo Tomás de Aquino (1225-1274), grande teólogo ocidental, desenvolveu uma teologia da catolicidade. A Igreja seria “universal” em três sentidos: a) Está em todos os lugares (cf. Rm 1,8) e pode ser militante na Terra, padecente no purgatório e triunfante no céu; b) Inclui pessoas dos três estados de vida (Gal 3,28): leigos, religiosos e ministros ordenados; c) Não tem limite de tempo desde Abel até a consumação dos tempos.
A Igreja católica reconhece que cristãos de outras igrejas pode ter o batismo válido e possuir sementes da verdade em sua fé. Porém, sabe que apenas a Igreja católica conserva e ensina sem corrupção TODA a doutrina apostólica e possui TODOS os meios de salvação.
Devemos viver e promover a sensibilidade ecumênica promovendo a fraternidade com os irmãos que pensam ou vivem a fé cristã de um modo diferente. Mas isso não significa abrir mão de nossa catolicidade. Quando celebramos a Eucaristia seguimos à risca o mandato do Mestre que disse: “Fazei isso em memória de mim!” A falta da Eucaristia deixa uma grande lacuna em algumas Igrejas. Um pastor evangélico, certa vez, me disse que gostaria de rezar a ave-maria, mas por ser evangélico não conseguia. Perguntei por quê? Ele disse que se sentia incomodado toda vez que lia o Magnificat em que Maria proclama: “Todas as gerações me chamarão de bendita” (Lc 1,48)… e se questionava o por quê sua geração tão evangélica não faz parte desta geração que proclama bem-aventurada a Mãe do Salvador!
Realmente, ser católico é ser totalmente cristão!
Texto de: Pe Joãozinho, scj

Maria é Mãe mas também Porteira

 

Chegou em minhas mãos, há algum tempo, um jornal da Associação Maria Porta do Céu, onde Denis Bourgerie narra sua última estadia na França e como ele viveu a experiência de ter de passar pela alfândega com um excesso de peso muito superior ao que podia carregar.

O que ele trazia era material de evangelização. Humanamente seria impossível embarcar com tanta bagagem. Foi quando ele contou a sua preocupação ao capelão da Basílica do Sagrado Coração em Montmaitre e ele lhe disse: “Denis, chegando ao aeroporto diga: “Maria, passe na frente” Ela cuidará de tudo. Ela cuidará de todo o material que você leva para o seu filho, Jesus, como mãe. Ela cuidará de todos os detalhes, muito mais que você.

Ela é a Mãe, mas também porteira. Por isso, abrirá os corações das pessoas e as portas pelo caminho. É só pedir para ela passar na frente “Eu faço isso dezenas de vezes por dia”, disse-me ele. Antes de tomar uma decisão ao telefone, no ônibus, quando eu estou em dificuldades. E a Mãe indo na frente, os filhos estão protegidos, não?

Não é preciso contar o resto. Você já deve ter concluído. O nosso amigo Denis imediatamente pôs em prática o que o Padre lhe aconselhou e começou a rezar: Maria passe na frente! Foi fácil? Não. Mas a confiança no Senhor, através da Mãe, deixou cair todas as preocupações. A providência pode acontecer. O amigo que o acompanhava não acreditava no que tinha visto.

Cento e quatro quilos de excesso de bagagem haviam sido perdoados pelo diretor da alfândega. Vendo o que acontecera, o amigo exclamou: “ Que sorte você tem !” Não foi questão de sorte, mas uma questão de família. Eu tenho o privilégio de ter Maria como Mãe e poder lhe dizer: Maria, passe na frente, para que eu possa resolver o que sou incapaz de resolver sozinho. Cuida do que não está no meu alcance. Tu tens o poder para isso. Quem pode dizer que já foi decepcionado por Ti, depois de ter te chamado.

Por isso fiz questão de passar para você essa receita. Desde que li a mensagem, comecei, como Denis, a colocá-la em prática. Tenho exclamado muitas vezes ao dia e em diferentes situações: Maria, passe na frente, para resolver o que sou incapaz de resolver sozinho. Posso lhe garantir o quanto tem sido eficaz, consolador e imediato o socorro da mãe.

Estou convidando-o a assumirmos juntos o compromisso de colocar tudo nas mãos de Nossa Senhora, pedindo sempre: Maria, passe na frente ! Serão situações as mais variadas, como o próprio capelão expressou. Hoje, por exemplo, já comecei a fazer esse exercício de fé. Tome as situações concretas e diga: Maria, passe na frente! Vamos entregar à Mãe de Deus nossas necessidades. Ela cuidará de todos os detalhes, muito mais do que nós. Ela é a Mãe, mas também a porteira.

Por isso, abrirá os corações das pessoas  e as portas pelo caminho. É só pedir para ela passar na frente. É isso que vamos dizer: Maria, passe na frente, para resolver o que sou incapaz de resolver sozinho.

Deus lhe abençoe!  Viveremos muitas maravilhas, na graça do Senhor, com a intercessão da Santa Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.

Com toda a minha gratidão pela sua amizade.

Ass. Padre Jonas

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Há mais alegria em dar do que em receber


Evangelho da encarnação, da Palavra que se fez carne, de Deus que se fez gente. É assim que pode ser chamado o Evangelho segundo João. Ele é o evangelista que mais aprofunda a transparência divina das realidades humanas.
Cada uma dessas realidades tocadas por Jesus se transforma em sinal. São sinais da Sua glória a água quando transformada em vinho em Caná, também a água pedida e oferecida à samaritana junto ao poço de Jacó. Também são sinais de Deus a cura do paralítico à beira da piscina de Betesda, do cego de nascença na fonte de Siloé e os cinco pães, multiplicados para a multidão, nas colinas da Galileia. São sinais que tantos viram, tantos presenciaram, mas muitos não entenderam, porque não creram, não abriram o coração à fé.
Começando, hoje, o capítulo seis, João aborda um fato notório na vida pública de Jesus: o milagre da multiplicação dos pães narrado também pelos outros evangelistas. Diferentemente de Marcos e Mateus, João não apenas narra o episódio, mas reflete, longamente, sobre o seu significado, mais especificamente sobre sua transparência.
No Evangelho de João, na narrativa da Última Ceia de Jesus, em Jerusalém, não há menção à partilha eucarística do pão. A grande ação de Jesus, nesta ceia, é de lavar os pés dos discípulos como exemplo de serviço. Ele apresenta a Eucaristia, nesse episódio, da partilha do pão. A mesa da refeição tem lugar na montanha, onde Deus dá os dez mandamentos a Moisés. É o Seu Novo Mandamento da partilha e do amor. A figura de destaque é um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Jesus dá graças pela partilha e ela acontece a partir dos mais humildes.
Dentre muitos aspectos que poderia ser salientado, está a prática da caridade na partilha. Jesus nos ensina que a vida deve ser partilhada, pois ela é um dom que deve ser fomentado. Aliás, costuma dizer-se que “o pouco partilhado chega para todos”. Assim aconteceu com o milagre da multiplicação, quando todos comeram e ficaram saciados.
Sem medo de errar, ouso afirmar que o milagre só aconteceu porque Jesus tinha em mente a iniciativa de não despedir o povo com fome, mas, sim, “com eles e para eles” repartir o pão. Assim acontece conosco, porque se não aprendermos a partilhar com os “sem-pão”, com os “sem-roupa” e os “sem-teto”, não teremos a verdadeira alegria de viver, no nosso dia a dia, e nada conseguiremos para nos saciarmos verdadeiramente. Aliás, o próprio Jesus diz: “Há mais alegria em dar do que em receber”.
Sem excluir a ação do milagre da multiplicação, vejo que a caridade foi um fator primordial na multiplicação dos pães.
Jesus mandou que se formassem grupos e se sentassem, porque sabia de algo básico do ser humano: a maioria das pessoas não conseguem comer vendo outras pessoas passando fome na sua frente. Imagine-se dentro desse grupo, com comida na sua bolsa, mas a maioria das pessoas com fome. Você comeria sozinho ou dividiria uma parte da sua comida com os mais próximos? Se sua resposta for ‘sim’, você está de parabéns! Mas se a resposta for “não”, então é hora de rever os seus conceitos. Tudo o que você tem, Deus lhe deu para que você partilhasse com seus irmãos e irmãs. Decida-se! A vida é partilha e doação.
A multiplicação dos pães não é questão de “blá-blá-blá”; é, na realidade, questão de fé. Veja que, no Evangelho – embora não apareça -, podemos imaginar a reação dos discípulos, quando Jesus mandou que trouxessem os cinco pães e os dois peixes até Ele, na intenção de alimentar aquela multidão de cinco mil homens.
Para quem não entende o que é fé, poderia duvidar e dizer: “Será que isso vai dar certo?”. Mas Jesus, como em todos os milagres, fez a parte d’Ele e deixou que cada pessoa, na multidão, também fizesse a sua parte. Essa é a sua vez!
Quando todos ao seu redor disserem que aquilo em que você acredita não existe, é preciso que você não desfaleça. Vá e aguente firme! Acredite que, com Jesus e pela força da oração, tudo pode ser mudado. Se a fé de Jesus fosse “fraca”, Ele nem teria tentado repartir os pães e os peixes.
Somos convidados a viver a Eucaristia como partilha concreta da vida, na certeza de que – com Cristo, em Cristo e para Cristo – nada é impossível. Por hoje, saibamos repartir o nosso “pão” e o nosso “peixe” com quem está ao nosso lado passando fome, quer seja material ou espiritual.

Padre Bantu Mendonça

Procure Jesus, Ele é o caminho, a verdade e a vida


Sabendo que pouco tempo lhe restaria em meio aos Seus discípulos, Jesus se pôs a mostrar a eles muitas coisas que teriam de enfrentar quando fossem embora para junto de Deus. Ele falava da casa do Pai e Suas moradas. Prometia-lhes preparar um lugar no céu. Porém, os discípulos permaneciam duvidando e não entendiam muito bem do que, realmente, Jesus lhes falava.
A Palavra que Jesus nos dirige, hoje, é o ‘sim’ que significa a verdade, o caminho e a vida. Jesus é a verdade de Deus. Verdade que salva, redime, liberta e cura as nossas doenças.
Ao responder ‘sim’ a Ele, confirmamos nossa crença e Lhe damos a certeza absoluta de que tudo o que foi dito é a pura verdade e não há outra. Infelizmente, há, ainda hoje, muitas pessoas que, como Tomé, não enxergam o caminho que os conduz à verdadeira felicidade. Todavia, felizmente, para essas pessoas Jesus envia cada um de nós, a fim de provarmos que o Senhor é tudo para nós.
Quando Jesus usa as palavras: “Em verdade vos digo”, a qual João duplica: “Em verdade, em verdade vos digo”, está reproduzindo a Palavra do Senhor na boca dos profetas; está sublinhando não só que Ele é o enviado do Deus da verdade, mas que Suas Palavras são verdadeiras e cheias do querer do Pai.
Jesus quis dizer, com essas Palavras, que o Seu ‘sim’ é o ‘sim’ a Deus. Ele é a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação divina. Ele vive a verdade do Pai e dá testemunho dela, pois só Ele tem a verdade completa. Só por Jesus vamos ao Pai. Cristo é o único caminho que nos leva a Ele. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.
Por Ele, Deus realiza, plenamente, Suas promessas e mostra que n’Ele não há ‘sim’ ou ‘não’, apenas ‘sim’ e, por meio d’Ele, devemos dizer o nosso ‘sim’ a Deus para a glória do Pai.
Por isso que no batismo a voz do Pai vindo do céu dizia: “Tu és o meu Filho amado, em Ti encontro o meu agrado” e, na Transfiguração, a voz do Pai repete estas mesmas palavras acrescentando: “Escutem o que Ele diz”. É Ele que tem a verdade, a minha verdade!
Portanto, não precisamos ficar perturbados colocando dúvidas em nossos pensamentos, buscando segurança em outros caminhos. Pelo contrário, devemos seguir os conselhos do Mestre: “Tendes fé em Deus, tende fé em mim também” e confiarmos que a nossa morada já está preparada no céu, e que hoje o “céu” é o nosso coração, casa de Deus, lugar onde Jesus habita pelo poder do Espírito Santo.
Quer chegar ao Pai no Céu, que nos garante a vida plena e a verdadeira felicidade? Procure Jesus. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Não busque outros caminhos. Reaviva a fé, a disposição, a coragem, a humildade, a oração e procure alimentar-se sempre do conhecimento das palavras: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim”.

Padre Bantu Mendonça

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Maria, presença que liberta - Padre Rufus - Parte 3


Em Lucas capitulo 11, depois que Jesus ensina seus discípulos a rezarem, uma mulher vai dizer: “Bem aventurada é sua mãe, bem aventurado o ventre que te concebeu e os seios que te amamentaram”. Jesus diz: “Eu é que sou bem aventurado por ter uma mãe como ela”. Bem aventurados são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a guarda no coração! Eu não posso entender aqueles que tem uma grande devoção a Maria e não lêem a Bíblia. Maria é a mulher do Espírito Santo e o que foi concebido em seu ventre era fruto do Espírito Santo, por isso Isabel diz a ela que quando a encontrou o filho que esta em seu ventre se estremeceu de alegria e onde Maria passava é como se acontecesse uma epidemia do Espirito Santo, por isso não posso acreditar quando uma pessoa se diz devota de Maria, mas não querem o batismo do Espirito Santo, por isso agradeço a Deus pelo dom da Renovação Carismática na Igreja. Agradeçamos pelo nosso Papa que diz que toda Igreja precisa ser batizada pelo Espírito Santo.

Finalmente Maria é mãe das dores, é a mãe da cruz e a vida dela foi feita de sofrimentos e dores, desde o momento da concepção de Jesus ela sofria, pois José teve uma desconfiança e a pior coisa de um relacionamento é a falta de confiança. Então o anjo disse a José em sonho: “Não tema em recebê-la por esposa”. Ela teve que dar a luz em um estábulo e logo depois Herodes ameaçava Jesus de morte. Depois Jesus se perde de seus pais, a pior coisa não é uma mãe saber se seu filho esta morto ou doente, a pior dor é saber que seu filho está perdido. Depois Simeão diz a ela que seu filho seria causa de sofrimento a ela e provavelmente durante o ministério de Jesus muitas outras pessoas vinham falar que Jesus estava quebrando todos os mandamentos da lei judaica, mas Maria sabia quem era Jesus seu filho e o grande final é quando Jesus está na cruz e Maria esta ali aos pés da cruz com seu filho.

Na minha oração de hoje peço que Maria esteja sempre ao seu lado, ao lado dos casais, dos filhos, chamando você a olhar para o coração de Jesus, sabendo que ela é a mãe das misericórdias e o Pai do céu, é o Pai das misericórdias e Jesus é a divina misericórdia em pessoa, eles esperam que nos voltemos a eles, assim como eles nos prometeram grandes curas, como diz o tema deste encontro.

fonte: Canção Nova

Maria, presença que liberta - Padre Rufus - Parte 2


Me lembrei que naquele convento em que eu estava havia uma estátua de Nossa Senhora das dores e eu percebi que naquela situação havia uma outra mãe como Maria cheia de dores, só uma mãe que tem filhos com problemas é quem sabe o que é esta dor. Uma mãe que tem filho com problema mental, só ela sabe pela dor que passa. Pois então pedi que aquela mulher trouxesse seu filho. Os pais me trouxeram aquele rapaz e então pensei, vou pedir que as irmãs rezem por este menino, mas fui verificar primeiro se realmente procedia aquilo que me contaram e levei-o para o sol e vi que havia um grande calo em sua testa de tanto que ele batia. Peguei em sua cabeça e dirigi sua cabeça para sol e ele novamente começou a bater na testa, percebi que ele realmente tinha um grande problema e então pensei não vou levá-lo às irmãs para que rezem por ele, só vou pedir que elas intercedam por ele, enquanto rezo por ele.

Levei-o em uma capela daquele lugar onde havia um outro quadro, de Maria mãe das Misericórdias e quando olhei para aquele quadro, eu logo entreguei aquele menino a Maria dizendo: “Maria te entrego este menino, pois tu é mulher e mãe e pode imaginar pelo sofrimento que ele e sua mãe passam”. Levei ele junto com seus pais e uma irmã dele em um lugar silencioso e ungi a testa dele com óleo e perguntei se ele sentia algo e ele disse que sentia dores e rezei de novo e ele me disse que estava melhor. Rezei mais uma vez e ele me disse que estava se sentindo leve, antes ele dizia que estava se sentindo pesado. Eu tinha tanta confiança que eu acreditava que Nossa Senhora estava olhando para o sofrimento daquela mãe, levei ele novamente para frente do sol e vi que ele estava completamente curado.

Depois encontrei aquela família novamente e perguntei: “onde esta o seu filho?” a mãe me respondeu ele está aqui e percebi que não havia mais nenhum calombo na testa daquele menino, depois eu ficara sabendo que seus pais tinham se tornado grandes evangelizadores e aquele menino voltou a estudar e se tornou um ótimo aluno. Algum tempo depois encontrei aquele garoto e pude perceber o quanto Maria pôde fazer por aquele garoto e por aquela família.

Maria não é somente uma intercessora nossa, mas é para nós uma mãe, um modelo, a mulher que traz a nós a Palavra de Deus, a mulher do Espirito Santo, a mulher presente na cruz, ela é para nós presença e uma lembrança do que Jesus trouxe para nós. Como começa o Evangelho de São João, começa com as bodas de Canaã e o que diz ele, “Maria estava lá”, e este mesmo Evangelho termina com Jesus na cruz dizendo que “Maria estava lá” aos pés da cruz. Maria é a mulher da Palavra, é um sinal do que deve ser um cristão.

Somente quatro vezes nos lemos sobre Maria nos Evangelhos. A primeira vez é quando Maria diz ao Anjo Gabriel: “seja feita segundo a vossa Palavra” e ela diz: “quero fazer sua vontade exatamente como ela é e como foi dita”. Segundo, quando Maria entra na casa de Isabel e Isabel diz: “Maria tu és abençoada ainda mais, porque acreditou na Palavra do Senhor!”. Terceiro, no Evangelho de São Lucas capitulo 8, quando a mãe de Jesus estão procurando por Ele, dizem a Ele que sua mãe e seus irmãos estão procurando por Ele. Jesus diz para seus discípulos: “Vocês são tão preciosos para mim quanto minha mãe, pois assim como minha mãe ouve a Palavra de Deus, vocês também a ouvem. Quem são minha mãe e meus irmãos? Vocês são! Se ouvirem e obedecê-la!”.

fonte: Canção Nova

Maria, presença que liberta - Padre Rufus - Parte 1


Nas leituras da Missa de hoje, nós temos um louvor a Jesus dado por São Paulo. É onde ele diz, que em Nome de Jesus cada joelho tem que se dobrar e toda língua tem que professar que Jesus Cristo é o Senhor. Um verdadeiro cristão é aquele que crê em seu coração e professa com sua boca que Jesus é o Senhor.

Certa vez eu estava na Terra Santa e fui convidado a conduzir uma oração de cura no mar da Galiléia. Haviam 2 mil pessoas de todas as partes do mundo. O presidente da Renovação Carismática do Haiti estava lá e me convidou para ir ao seu país para fazer a mesma oração, para rezar pelas pessoas, pela terra e pela Igreja. No ano seguinte, era o 'ano do Espírito Santo' e recebi uma carta para me lembrar do convite que aquele homem havia feito e um pouco depois recebi a programação do encontro onde eu achei que pregaria.

Falando com ele perguntei se queria que eu fizesse palestras, e a resposta dele foi: “não! O senhor só precisa fazer uma oração”. Então, chegando o dia, fui para o Haiti e no aeroporto lá estava uma senhora me esperando. Era a esposa do primeiro ministro do país. No caminho, ela foi me falando do seu país, que é um dos lugares mais pobres do mundo, com muita violência, e lá o 'vudu' se tornou a religião oficial do país. Então pensei: “meu Deus onde eu fui aterrissar!”.

Então a mulher do primeiro ministro me levou para o lugar mais alto do Haiti e pediu que eu fizesse uma oração pela cura e libertação daquela terra, do seu povo e da Igreja de lá . Estava acontecendo uma convenção com milhares de pessoas e então teve um momento onde um padre trouxe o Santíssimo Sacramento para o Altar e estava reunido ali o Clero.  Então eu fui chamado a rezar por aquele país. Depois desta oração, fui e me juntei aos Bispos que ali estavam e o povo continuou a rezar e adorar a Jesus no Sacramento.

De repente, percebi que o povo não estava mais olhando para Jesus no Sacramento, mas olhavam para o lado direito e o líder da Renovação Carismática do local veio e me disse: “as pessoas estão dizendo que daquela árvore surgiu uma luz e eles podem ver Maria, a mãe de Jesus”. Eu não quis acreditar, acredito que Maria está no céu, mas olhei e vi como se fossem flashes de luz ao pé daquela árvore. Então uma criança que estava cega se aproximou da árvore e disse à sua mãe: “mamãe eu estou vendo Maria naquela árvore!”. Depois eu encontrei aquela criança e vi que ela realmente havia retomado sua visão. Em Medjugorje podemos presenciar algumas pessoas que ficam com os olhos fixos na presença de Nossa Senhora - que aparece por lá - mas ali eram milhares de pessoas a olhar para Maria que havia aparecido.

No outro dia era domingo e estava eu lá pregando quando novamente as pessoas voltaram a ver Nossa Senhora. Eu pensei, Maria pode aparecer no sábado que é o dia dedicado a ela, mas no domingo não. Domingo é o dia do Senhor, pensei sorridente. Então fui convidado por muitos para pregar em outras dioceses daquele país, pois esperavam que onde eu fosse Nossa Senhora apareceria. Fui visitar aquela árvore e vi que tiraram todas as folhas e cascas para levarem para casa como lembrança. Porque será que Maria tem aparecido em vários lugares? Me veio a história da visitação de Maria a sua prima Isabel, não somente ela, pois ela já trazia Jesus em seu ventre e Isabel diz a ela: “Como pode a mãe do meu Senhor vir até a mim visitar a minha casa?” e aquilo que Maria fez, aquela visita que ela fez não somente a Isabel, ela quer fazer hoje a nós, ela tem aparecido em muitos lugares, em Lourdes, em Fátima e em tantos outros lugares e na nossa mente só pode acontecer a mesma admiração que teve Isabel. Maria é a mãe da Igreja, ela é nossa mãe!

Em um retiro de irmãs e professoras, uma das professoras veio falar comigo e me contou que seu marido - que era um grande professor de uma escola Jesuíta - tinha estendido sua permanência, dando aulas e não havia sido pago por isso. Então ele se revoltou contra a escola, contra a Igreja e perturbava sua mulher. Aquela mulher veio ao retiro só para rezar pelo seu marido. Ela me disse que estava sofrendo com uma dor no ombro e disse que ia em um centro de tratamento para tratar daquela dor, mas então eu rezei por ela e no outro dia ela estava sem a dor. Ela me pediu para trazer seu filho que tinha dez anos e que tinha um comportamento estranho, quando olhava para a luz ele batia na testa, ela me contou que uma professora em sua infância havia batido na testa dele sem querer. Então ele repetia isso toda vez que era exposto à luz, teve que sair da escola e achavam que ele estava ficando louco e teve que ser mantido em um quarto escuro.

fonte: Canção Nova

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Chamados e Amados como Filhos



“Jesus é a pedra que vós os construtores desprezastes e que se tornou a pedra angular”. Com esta afirmação de Pedro temos a revelação de um Novo Testamento que Cristo veio inaugurar que supõe também a criação de um novo povo de Deus, a Igreja no qual todos somos filhos dEle e não mais servos: “já não vos chamo servos mas amigos pois vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai”.

Com a Sua Encarnação Cristo passou a viver entre nós como homem, se tornou semelhante a nos para que nós sejamos semelhantes a Ele para que possamos nos unir eternamente com Ele quando o virmos tal como Ele é. Ele é a pedra rejeitada pela sinagoga do povo do Antigo Testamento que se constitui na pedra angular, de amarração de todo o edifício do novo povo do Novo Testamento. Neste redil da Igreja, todas as ovelhas do Bom Pastor são conhecidas pelo nome numa comunhão com Deus que se consumará na eternidade.

Cristo se compara com o Bom Pastor, diferenciando-se de todos os demais pastores que, trabalhando somente pelo salário, fogem mediante a presença do lobo, não amam cada ovelhinha ao ponto de arriscar a vida para salvá-la do perigo, já que não as conhecendo desde seu nascimento, não lhes tem amor algum.

O Bom Pastor é o dono das ovelhas que as conhece desde o momento do nascimento pois ajudou no parto e deu o nome a cada uma delas. Jesus é o Bom Pastor que antes do nosso nascimento já no conhecia e havia chamado pelo nome (Jr.1,1ss). Embora essa passagem diga respeito à consagração de Jeremias como profeta, diz respeito também a cada cristão que, no momento de seu Batismo foi consagrado como filho de Deus e recebeu um nome que Ele já conhecia desde toda eternidade.

“Pois não existe debaxo do céu um outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” já que slavação aqui é a expressão do livramento completo e duradouro de tudo o que ameaça a humanidade que, quando dEle se separou pelo pecado, causou a si o maior de todos os danos que poderia se causar, a morte.

Cristo nos salvou porque se tornou homem como ós sem deixar de ser Deus para poder sofrer em si as consequencias de nossos pecados.

O Bom Pastor conhece as suas ovelhas num nivel muito mais profundo que um pastor dono de suas ovelhas que as conhece desde seu nascimento, uma vez que Ele não somente nos criou por amor, nos deu o ser, planejando cuidadosamente cada uma das caracteristicas de nosso corpo, alma e espírito.

“Ele é a pedra angular” que amarra todas as pedras da Igreja em todos os seus niveis: triunfante, padecente e militante, sendo que nesta última dimensão se compõe também daqueles que não estando ainda no mesmo redil recebeu uma prece daquele que por elas deu a vida pedindo que haja um só rebanho e um só pastor, para que todos tenham vida e vida em abundancia (JO.10,10).

O Escândalo da Cruz



Na antiguidade, a cruz, por ser um instrumento de condenação à morte, era um sinal de maldição (Gl 3,13). Depois que Jesus morreu nela por nós, a Cruz se tornou um sinal de honra e bênção. A partir de então, sob diversas formas, a Cruz é colocada na coroa dos reis, nas medalhas, condecorações, no alto das Igrejas, nas montanhas que circundam as cidades para abençoá-las, na campa dos falecidos, nas caravelas, nas bandeiras, etc.

Após as dez grandes perseguições romanas aos primeiros cristãos, o Imperador Constantino, antes da batalha contra Maxêncio, teve uma visão da Cruz com a inscrição: “com este sinal vencerás!”. Constantino mandou então colocar o sinal da Cruz em todos os estandartes e escudos romanos, venceu a batalha da ponte Mílvio (312) e deu liberdade aos cristãos, pondo fim às perseguições. A estação de comboio em Roma, próxima ao local desta batalha, chama-se exactamente “Lábaro”. A inscrição de Constantino, com o cristograma e a cruz, recebeu o nome de “lábaro de Constantino”. Desde então tem sido interpretado por todos como um símbolo de cristandade.

São Paulo Apóstolo diz que o resumo da sua pregação, o cristianismo, era Cristo crucificado: “Nós proclamamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos” (1 Cor 1, 23). Ele se refere ao “escândalo da Cruz” (Gl 5, 11), porque, realmente, muitos dela se escandalizavam. E não só. Muitos a odiavam: “Há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo” (Fl 3, 18). O ódio à cruz, o incómodo pela cruz, o escândalo da cruz, referem-se à Cristo. É Ele que incomoda, é a sua doutrina, é a sua lembrança que incomoda. É por isso que os atuais “inimigos da cruz de Cristo” não querem vê-la.

Ademais, a presença de crucifixos nas salas de julgamento dos Tribunais, conforme explica o jurista Paulo Brossard, é para lembrar “alguém que foi acusado, processado, julgado, condenado e executado, enfim, injustiçado até sua crucificação, com ofensa às regras legais históricas, e, por fim, ainda vítima da pusilanimidade de Pilatos, que, tendo consciência da inocência do perseguido, preferiu lavar as mãos e, com isso passar à história…O crucifixo está nos tribunais não porque Jesus fosse uma divindade, mas porque foi vítima da maior das falsidades de justiça pervertida… Pilatos ficou na história como o protótipo do juiz covarde…”. Sendo assim, por lembrar Jesus e a sua doutrina e a ignomínia do pecado e da injustiça, a cruz realmente incomoda! Ao diabo e a muitos também.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Guia de Blogs Católicos: Adicione seu blog no Guia de Blogs Católicos!

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Caminho para o Amor Cristão



O cristianismo parece estar crescendo a passos largos em nosso país, porém ao olharmos à nossa volta o que exergamos é um país cada vez mais conturbado, onde as pessoas se consideram auto-suficientes, e são cada dia mais egocêntricas. Diante deste cenário, a questão que temos diante de nós é saber “o que realmente é vida cristã? Como a verdadeira espiritualidade pode ser vivida no contexto do século XXI, em nossa sociedade?”
Primeiramente, para desfrutar desta espiritualidade verdadeira a pessoa precisa ser cristã, isto é, precisa ter recebido a Cristo em suavida. Não há vida cristã divorciada de Cristo.
O nosso pecado causa separação entre nós e Deus, e esta separação só pode ser desfeita por meio da obra consumada de Cristo, sem qualquer acréscimo de nossa parte. O instrumento para aceitar a obra de Cristo na cruz é a fé. É acreditar nas promessas específicas de Deus. Após aceitar isto, temos um novo nascimento espiritual, e, agora será necessário viver esta vida cristã. E como será esta vida cristã? Não é uma lista de coisas negativas ( não faça isso, não faça aquilo, etc). De fato, nós temos ordens negativas, mas nós temos outra assaz positivas; temos os dez mandamentos,  mas também temos a chamada Lei do Amor: o fato de que devo amar a Deus e devo amar meus semelhantes (que é um resumo positivo dos dez mandamentos).
É fato que muitas vezes na nossa luta sincera e dedicada diante de Deus, descobrimos que já estamos observando muitas destas leis, mas por outro lado, também nos furtamos ao cumprimento de outras igualmente importantes, de modo que sempre estamos a tropeçar.
O apóstolo Paulo ao analisar a proibição a cobiça, que é o clímax dos dez mandamentos ( Êx 20.17), se sentiu e se reconheceu pecador. Isso não é difícil de se imaginar à medida que lembramos que a cobiça é algo interno e quebramos este mandamento antes de quebrar qualquer outro. A cobiça é desejo pecaminoso. É o desejo que deixa de incluir o amor para com Deus e os homens. Precisamos amar a Deus o bastante para estarmos contentes e satisfeitos e devemos amar os homens o bastante para não termos inveja.
Nesse sentido, é correto dizer que o pecado interior é o principal, pois o ato pecaminoso exterior é o resultado daquele que já ocorreu antes em nosso coração.
Sendo assim, nesta vida, nunca poderemos dizer: “Estou realizado! Já sou santo!. Contudo somos confortados e fortalecidos pela certeza de que Deus faz tudo cooperar para o nosso bem! Não acreditar nisto, é o início de um rebelar-se contra Deus.
Lembremo-nos sempre do seguinte:
a)É nosso dever buscar o bem do nosso próximo (1Co10.23-24; 13.4-5);
b)A verdadeira espiritualidade é positiva, amar a Deus e amar o próximo;
c) Há sempre uma negativa bíblica, mas há também uma afirmativa depois (Rm 6.4).

ORAÇÃO DO JOVEM


Aqui estou, Senhor, cheio de juventude e de esperança. Sinto em meu corpo e em meu íntimo as forças da vida que me impulsionam para o crescimento e para a plenitude da idade adulta.

Sois vós, ó Pai, que me chamais à existência e me dais uma missão a cumprir neste mundo. Sois vós que me concedeis a graça da fé e alimentais em mim a esperança da salvação. Sois vós que me ofereceis o vosso amor e pedis que eu vos ame, amando a meus irmãos deste mundo.

Ajudai-me, Senhor, para que eu desenvolva e empregue para o bem as energias que tenho em mim. Que eu seja capaz de colaborar para uma sociedade mais fraterna, mais verdadeira e mais justa. Que eu não desanime em minhas falhas, não me deixe arrastar pelos maus exemplos e não perca o ânimo nas decepções.

Concedei que a minha presença e minhas atitudes façam renascer a esperança dos mais velhos e contribuam para levantar os que fracassaram. Que eu conserve a coragem de ajudar e não caia nunca nas garras do egoísmo.

Que o amor que sinto nascer em mim não se apague e que meu coração esteja sempre aberto para vós e para todos.

Iluminai-me com vossa Sabedoria, para que eu saiba distinguir entre o bem e o mal, a verdade e o erro, o que edifica e o que destrói. Dai-me docilidade para respeitar e ouvir os que têm mais experiência, principalmente meus pais e aqueles que são responsáveis pela minha formação.

Que estes chamados para a verdade e para a justiça, que ressoam em meu interior, se concretizem pela adesão consciente à Igreja.

Dai-me o Espírito Santo, para que, com os outros jovens, a exemplo de Jesus Cristo, eu me transforme em sangue novo para perpetuar a salvação. Assim seja.

CATÓLICOS NÃO ADORAM IMAGENS


Este é um assunto polêmico, principalmente, por parte de nossos irmãos evangélicos. Eles gostam de falar que nós católicos somos adoradores de imagens, idólatras entre outras coisas. Os católicos de fato são conhecidos pelo costume de ter imagens de santos, anjos, Jesus ou a nossa querida Virgem Maria. A polêmica sobre a Santidade de Nossa Senhora, vou deixar pra outro momento. Agora no que diz respeito à adoração de imagens, vale uma explicação baseada na Sagrada Escritura. Inclusive fonte, usada pelos nossos irmãos acusadores.
Um dos textos preferido de nossos irmãos é o de Êxodo 20,4-5:
“Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniqüidade dos pais nos filhos, nos netos e bisnetos daqueles que me odeiam…“.
Ótimo! Inclusive é uma belíssima passagem do Antigo testamento. Porém como somos seres humanos dotados de inteligência e não agimos apenas por instinto, vale a seguinte reflexão :
Após sair de uma escravidão de 430 anos no Egito, o povo hebreu estava mais que acostumado à cultura egípcia. Todos nós sabemos que esta cultura pregava a adoração e culto a animais, faraós e outros objetos considerados divindades. Deus precisou dar a ordem de não fazer esculturas pois o povo hebreu era facilmente manipulável neste sentido. Deus em toda a sua sabedoria estava conduzindo Seu povo para Ele através da adoração única e exclusiva. Porém, confirmando a idéia de fraqueza do povo em Ex 32, os israelitas fabricam um bezerro de ouro para adoração. É preciso notar que a Bíblia não condena a criação de imagens mas de ídolos.
“Não fareis ídolos. Não levanteis estátuas nem estelas (pedras com inscrição ou escultura), e não poreis em vossa terra pedra alguma adornada de figuras, para vos prostrardes diante dela, porque eu sou o Senhor, vosso Deus.” (conf. Levítico 26,1).
De fato nossos irmãos estão parcialmente corretos. A bíblia condena expressamente a fabricação de ídolos. Ídolo é um falso deus, algo ou alguém que é colocado ou se coloca no lugar do verdadeiro Deus. Qualquer coisa pode se tornar um ídolo. Dinheiro, ou a busca incessante da prosperidade, ou ainda, a felicidade e a benção de Deus acontece somente se você é próspero financeiramente ou se não tem doença alguma. Ora, isto sim é contrariar as ordens de Deus.
Imagens são apenas representações artísticas, com objetivo único de embelezar, nos fazer lembrar de pessoas que são um exemplo para nós. O ato de ajoelhar-se diante das imagens não significa adoração e sim homenagem. Nenhum católico acredita que as imagens tenham algum poder sobrenatural, ou que vai falar, andar ou dançar.
É comum dizerem que nossas Igrejas católicas são amaldiçoadas porque tem imagens, ou até mesmo, qualquer lugar que tenha em seu interior alguma imagem. Chegando ao cúmulo de algumas pessoas não entrarem nestes lugares por “medo” destas imagens. Interessante notar que o Templo de Jerusalém, construído pelo rei Salomão, continha muitas representações de anjos ou animais:
“Para o interior do Santo dos Santos, mandou esculpir dois querubins e os revestiu de ouro.” (conf. 2 Crônicas 3,10-14). Havia esculturas de Bois e flores (conf. 2 Crônicas 4,3-5) e continua “Quando Salomão terminou essa prece, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto com os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu o templo. Os sacerdotes não podiam entrar no templo do Senhor, tanta era a glória que enchia o edifício.” (conf. 2 Crônicas 7,1-2). Onde está a maldição?
“Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro, fixando-os de modo a formar uma só peça com as extremidades da tampa. Terão estes querubins suas asas estendidas para o alto, e protegerão com elas a tampa, sobre a qual terão a face inclinada.” (Êxodo 25,17-20)
“Ali virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos querubins que estão sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens para os israelitas.” (Êxodo 25,22)
Deus serviu-se de imagens para manifestar a sua glória. Os querubins não eram ídolos como as nossas imagens católicas também não são ídolos. Não vale o mesmo critério para nossas representações humanas? Nossos Santos e anjos? Desde os primórdios do Cristianismo, nossos antepassados católicos pintaram e esculpiram imagens de Maria, Jesus, Santos e Anjos. A mais antiga representação da Virgem Maria é datada do século III em Roma e é uma das mais antigas da arte Cristã.
O grande Santo e Doutor da Igreja São João Damasceno (749), foi muito perseguido por ser o principal defensor do uso de imagens para adornos nas Igrejas da época. Disse:
“A beleza e a cor das imagens estimulam a minha oração. É uma festa para meus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus”
O Papa Adriano I (772/795) no Concílio de Nicéia, realizado em 787, a fim de dar um pronunciamento oficial e dirimir quaisquer dúvidas divulgou o seguinte:
“Na trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres, e da Tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda a certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como a representação da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, quanto à de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos” (Catecismo da Igreja Católica, nº 1161)
Portanto, devemos tomar muito cuidado, principalmente no que diz respeito à interpretação da sagrada escritura. Não podemos tomar uma posição radical e fundamentalista em detrimento dos fatos históricos já que na própria Bíblia temos a seguinte recomendação de São Pedro:
“Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras” (2 Pe 3,16).
As imagens, esculturas, pinturas sempre foram uma forma de expressar o testemunho de fé do cristão católico. Muitos que não sabiam ler aprenderam sobre os evangelhos através de desenhos e representações. Após mais de 2000 anos os católicos nunca deixaram de adorar a Santíssima Trindade, onde Deus é único e Soberano.

Imagem de Nossa Senhora Aparecida



A imagem de Nossa Senhora Aparecida, encontrada no rio Paraíba, é de barro cozido ou terracota. Cor escura. Mede 39 centímetros de altura. Seu nome de Nossa Senhora Aparecida se prende ao fato de ter sido encontrada no rio Paraíba. Figuradamente, é a que apareceu nas águas. Ela representa Nossa Senhora em sua Imaculada Conceição. Por isso, seu título completo é Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Estamos acostumados a vê-la revestida de rico manto azul, bordado de ouro e ornado com pedras preciosas. Isso não faz parte da imagem original, são adornos acrescentados para mostrá-la como Rainha e Padroeira do Brasil.

Quem modelou a imagem foi Frei Agostinho de Jesus, monge beneditino carioca, no mosteiro de Santana do Parnaíba, em São Paulo.

A estatuazinha, de traços delicados, se apresenta com um sorriso nos lábios, descobrindo os dentes da frente. O rosto arredondado tem uma covinha no queixo. O penteado trabalhado cai em duas pequenas tranças ladeando a fronte ampla. Nos cabelos aparecem flores e há um diadema com três pérolas pendentes. As mãos postas, pequenas e delicadas, são como as de uma menina. As mangas da túnica, simples e justas, vão até o punho. Tanto a túnica como o manto são pregueados e chegam ao chão. Aos pés estão uma cabecinha de anjo e uma meia-lua, como geralmente é representada a Imaculada Conceição.

O material humilde e a cor escura da imagem têm um significado muito próprio: a Senhora Aparecida, a serva do Senhor, solidariza-se com os escravos e os mais abandonados, dos quais é especialmente Mãe. Disse um escritor que o castanho escuro de sua cor é a "tonalidade em que interferem as cambiantes das cinco raças do mundo. É uma mensagem anti-racista, uma proclamação do universalismo católico, que abrange todos os tipos humanos, sem predominância de uns sobre os outros. É o sentido ecumênico da Igreja".

A Virgem, através da linguagem desta estatuazinha, pede-nos amor fraterno, solidariedade cristã, respeito à dignidade humana. Ela própria é a Imaculada, a mulher sem mancha de pecado, exemplo de pureza.

A água, na qual foi encontrada a Imagem, sempre foi símbolo do batismo, da purificação, de novo nascimento para a vida de fé e de conversão para Deus.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Catolicismo


O catolicismo é uma das mais expressivas vertentes do cristianismo e, ainda hoje, congrega a maior comunidade de cristãos existente no planeta. Segundo algumas estatísticas recentes, cerca de um bilhão de pessoas professam ser adeptas ao catolicismo, que tem o Brasil e o México como os principais redutos de convertidos. De fato, as origens do catolicismo estão ligadas aos primeiros passos dados na história do cristianismo.
Em sua organização, o catolicismo é marcado por uma rígida estrutura hierárquica que se sustenta nas seguintes instituições: as paróquias, as dioceses e as arquidioceses. Todas essas três instituições são submetidas à direção e ensinamentos provenientes do Vaticano, órgão central da Igreja Católica comandado por um pontífice máximo chamado de Papa. Abaixo de sua autoridade estão subordinados os cardeais, arcebispos, bispos, padres e todo o restante da comunidade cristã espalhada pelo mundo.

Esse traço centralizado da administração eclesiástica católica acabou promovendo algumas rupturas que, de fato, indicam a origem da chamada Igreja Católica Apostólica Romana. Uma das primeiras e fundamentais quebras de hegemonia no interior da Igreja ocorreu no século XI, quando as disputas de poder entre o papa romano e o patriarca de Constantinopla deram origem à divisão entre o catolicismo romano e o catolicismo ortodoxo.

As principais crenças do catolicismo estão embasadas na crença em um único Deus verdadeiro que integra a Santíssima Trindade, que vincula a figura divina ao seu filho Jesus e ao Espírito Santo. Além disso, o catolicismo defende a existência da vida após a morte e a existência dos céus, do inferno e do purgatório como diferentes estágios da existência póstuma. A ida para cada um desses destinos está ligada aos atos do fiel em vida e também determina o desígnio do cristão na chegada do dia do Juízo Final.

A liturgia católica reafirma sua crença através dos sete sacramentos que simbolizam a comunhão espiritual do fiel junto a Deus. Entre esses sacramentos estão o batismo, a crisma, a eucaristia, a confissão, a ordem, o matrimônio e a extrema-unção. A missa é o principal culto dos seguidores do catolicismo. Neste evento, celebra-se a morte e a ressurreição de Cristo; e o milagre da transubstanciação no qual o pão e o vinho se transformam no corpo e no sangue de Cristo.

Segundo consta nos ensinamentos católicos, a origem de sua igreja está relacionada ao nascimento de Jesus Cristo, líder judeu que promoveu uma nova prática religiosa universalista destinada à salvação de toda a humanidade. Após a morte de Cristo, a principal missão de seus seguidores era pregar os ensinamentos por ele deixados com o objetivo de ampliar o conhecimento de suas promessas. Nessa época, os primeiros cristãos tiveram que enfrentar a oposição ferrenha das autoridades romanas que controlavam toda Palestina.

Entretanto, a crise do Império Romano e a franca expansão dos praticantes dessa nova religião acabaram forçando o império a ceder a essa nova situação no interior de seus territórios. Por isso, ao longo do século IV, o catolicismo se tornou a religião oficial do Império Romano, favorecendo enormemente a expansão dessa religião ao logo de uma vasta região compreendendo a Europa, a África e partes do mundo oriental. Com isso, a Igreja adentra os últimos séculos da Antiguidade com expressivo poder.



Durante a Idade Média, a continuidade do processo de conversão religiosa se estendeu às populações bárbaras que invadiram os domínios romanos e consolidaram novos reinos. Entre esses reinos, destacamos o Reino dos Francos, onde se instituiu uma íntima relação entre os membros do clero e as autoridades políticas da época. A partir de então, a Igreja se tornou uma instituição influente e detentora de um grande volume de terras e fiéis.

A grande presença do catolicismo durante o período medieval começou a sofrer um expressivo abalo quando os movimentos heréticos da Baixa Idade Média e, séculos depois, o Movimento Protestante, questionaram o monopólio religioso e intelectual de seus clérigos. Nessa mesma época, a Igreja reafirmou suas concepções de fé por meio da Contrarreforma, a instalação da Inquisição e a expressiva participação na conversão das populações nativas encontradas no continente americano.

Entre os séculos XVIII e XIX, o poder de intervenção da Igreja em questões políticas sofreu uma grande perda com a eclosão do ideário iluminista e o advento das revoluções liberais. A necessidade de instalação de um Estado laico favoreceu uma restrição das atividades da Igreja ao campo essencialmente religioso. Paralelamente, o surgimento do movimento comunista também estabeleceu outra frente de refutação ao catolicismo quando criticou qualquer tipo de prática religiosa.

No século XX, a Igreja sofreu uma profunda renovação de suas práticas quando promoveu o Concílio de Vaticano II, acontecido durante a década de 1960. Nesse evento – que mobilizou as principais lideranças da Igreja – uma nova postura da instituição foi orientada em direção às questões sociais e injustiças que afligiam os menos favorecidos. Essa tônica social acabou dando origem à chamada Teologia da Libertação, que aproximou os clérigos das causas populares, principalmente na América Latina.

Ultimamente, a ascensão de autoridades mais conservadoras na alta cúpula da Igreja enfraqueceu significativamente esse tipo de aproximação. Em contrapartida, existe um forte movimento que ainda insiste na mudança de alguns preceitos, como o celibato entre os clérigos e o uso de métodos contraceptivos. Com isso, vemos que a trajetória dessa instituição foi marcada por várias experiências que a transformaram ao longo do tempo.

 

fonte: Brasil Escola

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Maria, a Mãe do Filho de Deus

Resumidamente, podemos dizer que Nossa Senhora é Mãe de Deus e não da divindade. Ou seja, Ela é Mãe de Deus por ser Mãe de Jesus, pois as duas naturezas (a divina e a humana) estão unidas em Nosso Senhor Jesus Cristo.

A heresia de negar a maternidade divina de Nossa Senhora é muito antiga. Ela nasceu com Nestório, então bispo de Constantinopla.

Mas, afinal, por que Nossa Senhora é Mãe de Deus?

Vamos provar pela razão, pela Sagrada Escritura e pela Tradição que Nossa Senhora é Mãe de Deus.


A pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo

Se perguntarmos a alguém se ele é filho de sua mãe, se esta verdadeiramente for a mãe dele, de certo nos lançará um olhar de espanto. E teria razão.

O homem, como sabemos, é composto de corpo e alma, sendo esta a parte principal do seu ser, pois comunica ao corpo a vida e o movimento.

A nossa mãe terrena, todavia, não nos comunica a alma, mas apenas o nosso corpo. A alma é criada diretamente por Deus. A mãe gera apenas a parte material deste composto, que é o seu ser. E como é que alguém pode, então, afirmar que a pessoa que nos dá à luz é nossa mãe?

Se fizéssemos essa pergunta a qualquer pessoa sincera e instruída que não aceite que Maria é a mãe de Deus, ela mesmo responderia com tranqüilidade: "é certo, a minha mãe gera apenas o meu corpo e não a minha alma, mas a união da alma e do corpo forma este todo que é a minha pessoa; e a minha mãe é mãe de minha pessoa.

Sendo ela mãe de minha pessoa, composta de corpo e alma, é realmente a minha mãe."

Apliquemos, agora, estas noções de bom senso ao caso da Maternidade divina de Maria Santíssima.

Há em Jesus Cristo "duas naturezas": a natureza divina e a natureza humana. Reunida, constituem elas uma única pessoa, a pessoa de Jesus Cristo.

Nossa Senhora é Mãe desta única pessoa que possui ao mesmo tempo a natureza divina e a natureza humana, como a nossa mãe é a mãe de nossa pessoa. Ela deu a Jesus Cristo a natureza humana; não lhe deu, porém, a natureza divina, que vem unicamente do Padre Eterno.

Maria deu, pois, à Pessoa de Jesus Cristo a parte inferior - a natureza humana, como a nossa mãe nos deu a parte inferior de nossa pessoa, o corpo.

Apesar disso, nossa mãe é, certamente, a mãe da nossa pessoa, e Maria é a Mãe da pessoa de Jesus Cristo.

Notemos que em Jesus Cristo há uma só pessoa, a pessoa divina, infinita, eterna, a pessoa do Verbo, do Filho de Deus, em tudo igual ao Padre Eterno e ao Espírito Santo. E Maria Santíssima é a Mãe desta pessoa divina. Logo, ela é a Mãe de Jesus, a Mãe do Verbo Eterno, a Mãe do Filho de Deus, a Mãe da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, a Mãe de Deus, pois tudo é a mesma e única pessoa, nascida do seu seio virginal.

A alma de Jesus Cristo, criada por Deus, é realmente a alma da pessoa do Filho de Deus. A humanidade de Jesus Cristo, composta de corpo e alma, é realmente a humanidade do Filho de Deus. E a Virgem Maria é verdadeiramente a Mãe deste Deus, revestido desta humanidade; é a Mãe de Deus feito homem.

Ela é a Mãe de Deus - "Maria de qua natus est Jesus": "Maria de quem nasceu Jesus" (Mt 1, 16).

Note-se que Ela não é a Mãe da divindade, como nossa mãe não é mãe de nossa alma; mas é a Mãe da pessoa de Jesus Cristo, como a nossa mãe é mãe de nossa pessoa.

A pessoa de Nosso Senhor é divina, é a pessoa do Filho de Deus. Logo, por uma lógica irretorquível, Ela é a Mãe de Deus.

A conseqüência da negação da maternidade divina é a negação da Redenção

Agora, qual é o fundo do problema dessa heresia? Analisemos alguns pormenores e algumas conseqüências de se negar a maternidade divina de Nossa Senhora.

O inventor da absurda negação foi Nestório, o indigno sucessor de S. João Crisóstomo, na sede de Constantinopla.

A subtilidade grega havia suscitado vários erros a respeito da pessoa de Jesus Cristo!

Sabélio pretendeu aniquilar a personalidade do Verbo. Ario procurou arrebatar a esta personalidade a áureola divinal; negaram os docetas a realidade do corpo de Jesus Cristo e os Apolinaristas, a alma humana de Cristo.

Tudo fora atacado pela heresia, na pessoa de Nosso Senhor; mas a cada heresia que surgia a Igreja infalível, sob a direção do Papa de Roma, saia em defesa da única e imperecível verdade: da pessoa do Verbo divino contra Sabélio; da divindade desta pessoa, contra Ário; da realidade do corpo humano de Jesus, contra os Apolinaristas.

Bastava apenas um ponto central para suportar o ataque da parte dos hereges: era a união das duas naturezas, divina e humana, em Jesus Cristo.

Caberia a Nestório levantar esta heresia, e aos filhos de Lutero continuarem a defender este erro grotesco.
Foi em 428 que o indigno Patriarca Nestório começou a pregar que havia em Jesus Cristo duas pessoas: uma divina, como filho de Deus; outra humana, como filho de Maria.

Por isso conclui o heresiarca, Maria não pode ser chamada Mãe de Deus, mas simplesmente Mãe de Cristo ou do homem.

Concebe-se o alcance de uma tal negação. Se as duas naturezas, a divina e a humana, não são hipostaticamente unidas em Nosso Senhor Jesus Cristo, de modo a formar uma única pessoa, desaparece a Encarnação e a Redenção, porquanto o Filho de Deus, não se tendo revestido de nossa natureza, não pode ser o nosso Redentor. Somente o homem Jesus sofreu. Ora, o homem, como ser finito, só pode fazer obras finitas. Logo, a Redenção não é mais de um valor infinito; Jesus Cristo não pode mais ser adorado, pois é apenas um homem; o Salvador não é mais o Homem-Deus. Tal é o erro grotesco que Nestório, predecessor de Lutero, não temeu lançar ao mundo.

Ora, os protestantes não querem levar às últimas conseqüências a negação da maternidade divina de Nossa Senhora. Admitem em Jesus Cristo duas naturezas e uma pessoa, mas lhes repugna a união pessoal (hipostática) das duas naturezas na única pessoa de Jesus Cristo.

Basta um pequeno raciocínio para reconhecer como necessária a maternidade Divina da Santíssima Virgem: Nosso Senhor morreu como homem na Cruz (pois Deus não morre), mas nos redimiu como Deus, pelos seus méritos infinitos. Ora, a natureza humana de Nosso Senhor e a natureza divina não podem ser separadas, pois a Redenção não existiria se Nosso Senhor tivesse morrido apenas como homem. Logo, Nossa Senhora, Mãe de Nosso Senhor, mesmo não sendo mãe da divindade, é Mãe de Deus, pois Nosso Senhor é Deus. Se negarmos a maternidade de Nossa Senhora, negaremos a redenção do gênero humano ou cairíamos no absurdo de dizer que Deus é mortal!

Os protestantes, admitindo que Jesus Cristo nasceu de Maria - e não podem negá-lo, pois está no Evangelho (Mt 1, 16) -, devem admitir: que a pessoa deste Jesus é divina; que Nossa Senhora é a Mãe desta pessoa; que ela é, portanto, Mãe de Deus! É um dilema sem saída do ponto de vista racional.

O Concílio de Éfeso:

Quando o heresiarca Ário divulgou o seu erro, negando a divindade da pessoa de Jesus Cristo, a Providência Divina fez aparecer o intrépido Santo Atanásio para confundi-lo, assim como fez surgir Santo Agostinho a suplantar o herege Pelágio, e S. Cirilo de Alexandria para refutar os erros de Nestório, que haviam semeado a perturbação e a indignação no Oriente.

Em 430, o Papa São Celestino I, num concílio de Roma, examinou a doutrina de Nestório que lhe fora apresentada por S. Cirílo e condenou-a como errônea, anti-católica, herética.
S. Cirilo formulou a condenação em doze proposições, chamadas os doze anátemas, em que resumia toda a doutrina católica a este respeito.

Pode-se resumi-las em três pontos:

1) Em Jesus Cristo, o Filho do homem não é pessoalmente distinto do Filho de Deus;

2) A Virgem Santíssima é verdadeiramente a Mãe de Deus, por ser a Mãe de Jesus Cristo, que é Deus;

3) Em virtude da união hipostática, há comunicações de idiomas, isto é: denominações, propriedades e ações das duas naturezas em Jesus Cristo, que podem ser atribuídas à sua pessoa, de modo que se pode dizer: Deus morreu por nós, Deus salvou o mundo, Deus ressuscitou.

Para exterminar completamente o erro, e restringir a unidade de doutrina ao mundo, o Papa resolveu reunir o concílio de Éfeso (na Ásia Menor), em 431, convidando todos os bispos do mundo.

Perto de 200 bispos, vindos de todas as partes do orbe, reuniram-se em Éfeso. S. Cirilo presidiu a assembléia em nome do Papa. Nestório recusou comparecer perante os bispos reunidos.

Desde a primeira sessão a heresia foi condenada. Sobre um trono, no centro da assembléia, os bispos colocaram o santo Evangelho, para representar a assistência de Jesus Cristo, que prometera estar com a sua Igreja até a consumação dos séculos, espetáculo santo e imponente que desde então foi adotado em todos os concílios.

Os bispos cercando o Evangelho e o representante do Papa, pronunciaram unânime e simultaneamente a definição proclamando que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus. Nestório deixou de ser, desde então, bispo de Constantinopla.

Quando a multidão ansiosa que rodeava a Igreja de Santa Maria Maior, onde se reunia o concílio, soube da definição que proclamava Maria "Mãe de Deus", num imenso brado ecoou a exclamação: "Viva Maria, Mãe de Deus! Foi vencido o inimigo da Virgem! Viva a grande, a augusta, a gloriosa Mãe de Deus!"

Em memória desta solene definição, o concílio juntou à saudação angélica estas palavras simples e expressivas: "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte".

Provas da Santa Escritura

Para iluminar com um raio divino esta verdade tão bela e fundamental, recorramos à Sagrada Escritura, mostrando como ali tudo proclama este título da Virgem Imaculada.

Maria é verdadeiramente Mãe de Deus.

Ela gerou um homem hipostaticamente unido à divindade; Deus nasceu verdadeiramente dela, revestido de um corpo mortal, formado do seu virginal e puríssimo sangue.

Embora, no Evangelho, Ela não seja chamada expressamente "Mãe de Cristo" ou "Mãe de Deus", esta dignidade deduz-se, com todo o rigor, do texto sagrado.

O Arcanjo Gabriel, dizendo à Maria: "O santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus" (Lc 1, 35), exprime claramente que ela será Mãe de Deus.

O Arcanjo diz que o Santo que nascerá de Maria será chamado o Filho de Deus. Se o Filho de Maria é o Filho de Deus, é absolutamente certo que Maria é a Mãe de Deus.

Repleta do Espírito Santo, Santa Isabel exclama: "Donde me vem a dita que a Mãe de meu Senhor venha visitar-me?" (Lc 1, 43).

Que quer dizer isso senão que Maria é a Mãe de Deus? Mãe do Senhor ou "Mãe de Deus" são expressões idênticas.

S. Paulo diz que Deus enviou seu Filho, feito da mulher, feito sob a lei (Galat. 4, 4).

O profeta Isaías predisse que a Virgem conceberia e daria à luz um Filho que seria chamado Emanuel ou Deus conosco (Is 7, 14). Qual é este Deus? É necessariamente Aquele que, segundo o testemunho de S. Pedro, não é nem Jeremias, nem Elias, nem qualquer outro profeta, mas, sim, o Cristo, o Filho de Deus vivo.

É aquele que, conforme a confissão dos demônios, é: o Santo de Deus.

Tal é o Cristo que Maria deu à luz.

Ela gerou, pois, um Deus-homem. Logo, é Mãe de Deus por ser Mãe de um homem que é Deus e que, sendo Deus, Redimiu o gênero humano.

A Doutrina dos Santos Padres, a Tradição:

Tal é a doutrina claramente expressa no Evangelho, e sempre seguida na Igreja Católica.

Os Santos Padres, desde os tempos Apostólicos até hoje, foram sempre unânimes a respeito desta questão; seria uma página sublime se pudéssemos reproduzir as numerosas sentenças que eles nos legaram.

Citemos pelo menos uns textos dos principais Apóstolos, tirados de suas "liturgias" e transmitidas por escritores dos primeiros séculos.

Santo André diz: "Maria é Mãe de Deus, resplandecente de tanta pureza, e radiante de tanta beleza, que, abaixo de Deus, é impossível imaginar maior, na terra ou no céu." (Sto Andreas Apost. in transitu B. V., apud Amad.).

São João diz: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, pois concebeu e gerou um verdadeiro Deus, deu à luz, não um simples homem como as outras mães, mas Deus unido à carne humana." (S. João Apost. Ibid).

S. Tiago: "Maria é a Santíssima, a Imaculada, a gloriosíssima Mãe de Deus" (S. Jac. in Liturgia).

S. Dionísio Areopagita: "Maria é feita Mãe de Deus, para a salvação dos infelizes." (S. Dion. in revel. S. Brigit.)
Orígenes (Sec. II) escreve: "Maria é Mãe de Deus, unigênito do Rei e criador de tudo o que existe" (Orig. Hom. I, in divers.)

Santo Atanásio diz: "Maria é Mãe de Deus, completamente intacta e impoluta." (Sto. Ath. Or. in pur. B.V.).
Santo Efrém: "Maria é Mãe de Deus sem culpa" (S. Ephre. in Thren. B.V.).

S. Jerônimo: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus". (S. Jerôn. in Serm. Ass. B. V.).

Santo Agostinho: "Maria é Mãe de Deus, feita pela mão de Deus". (S. Agost. in orat. ad heres.).

E assim por diante.

Todos os Santos Padres rivalizaram em amor e veneração, proclamando Maria: Santa e Imaculada Mãe de Deus.
Terminemos estas citações, pela citação do argumento com que S. Cirilo refutou Nestório:

"Maria Santíssima, diz o grande polemista, é Mãe de Cristo e Mãe de Deus. A carne de Cristo não foi primeiro concebida, depois animada, e enfim assumida pelo Verbo; mas no mesmo momento foi concebida e unida à alma do Verbo. Não houve, pois, intervalo de tempo entre o instante da Conceição da carne, que permitiria chamar Maria "Mãe de um homem", e a vinda da majestade divina. No mesmo instante a carne de Cristo foi concebida e unida à alma e ao Verbo".

Vê-se, através destas citações, que nenhuma dúvida, nenhuma hesitação existe sobre este ponto no espírito dos Santos Padres. É uma verdade Evangélica, tradicional, universal, que todos aceitam e professam.


Conclusão: Dever de culto à Mãe de Deus

Maria é Mãe de Deus... é absolutamente certo. Esta dignidade supera todas as demais dignidades, pois representa o grau último a que pode ser elevada uma criatura.

Oro, toda dignidade supõe um direito; e não há direito numa pessoa, sem que haja dever noutra.

Se Deus elevou tão alto a sua Mãe, é porque Ele quer que ela seja por nós honrada e exaltada.

Não estamos bastante convencidos desta verdade, porque, comparando Maria Santíssima com as outras mães, representamo-nos a qualidade de Mãe de Deus sob seu aspecto exterior e acidental, enquanto na realidade a base de sua excelência ela a possui em seu "próprio ser moral", que influi em seu "ser físico".

Maria concebeu o Verbo divino em seu seio, porém esta Conceição foi efeito de uma plenitude de graças e de uma operação do Espírito Santo em sua alma.

Pode-se dizer que a mãe não se torna mais recomendável por ter dado à luz um grande homem, pois isto não lhe traz nenhum aumento de virtude ou de perfeição; mas a dignidade de Mãe de Deus, em Maria Santíssima, é a obra de sua santificação, da graça que a eleva acima dos próprios anjos, da graça a que ela foi predestinada, e na qual foi concebida, para alcançar este fim sublime de ser "Mãe de Deus": é a sua própria pessoa.

Diante de tal maravilha, única no mundo e no céu, eu pergunto aos pobres protestantes: não é lógico, não é necessário, não é imperioso que os homens louvem e exaltem àquela que Deus louvou e exaltou acima de todas as criaturas?

Se fosse proibido cultuar à Santíssima Virgem, como querem os protestantes, o primeiro violador foi o próprio Deus, que mandou saudar à Virgem Maria, pelo arcanjo S. Gabriel: "Ave, cheia de graça!" (Lc 1, 28).

Santa Isabel: "Bendita sois vós entre as mulheres" (Lc 1, 42)

Igualmente, a própria Nossa Senhora nos diz: "Doravante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada..." (Lc 1, 48).

Todos esses atos indicam o culto à Nossa Senhora, a honra que lhe é devida.

O Arcanjo é culpado, Santa Isabel é culpada, os evangelistas são culpados, os santos são culpados e 19 séculos de cristianismo também... Só os protestantes não...

Desde os primórdios do Cristianismo, como já vimos, era comum o culto à Maria Santíssima.

Em 340, S. Atanásio, resumindo os dizeres de seus antecessores nos primeiros séculos, S. Justino, S. Irineu, Tertuliano, e Orígenes, exclama: "Todas as hierarquias do céu vos exaltam, ó Maria, e nós, que somos vossos filhos da terra, ousamos invocar-vos e dizer-vos: Ó vós, que sois cheia de graça, ó Maria, rogai por nós!"

Nas catacumbas encontram-se, em toda parte, imagens e estátuas da Virgem Maria.

O culto de Nossa Senhora não é um adorno da religião, mas uma peça constitutiva, parte integral, e indissoluvelmente ligada a todas as verdades e mistérios evangélicos. Querer isolá-lo do conjunto da doutrina de Jesus Cristo é vibrar golpe mortal na religião inteira, fazê-la cair, e nada mais compreender da grandeza em que Deus vem unir-se às criaturas.

Nossa Senhora é Mãe de Deus: "Maria de qua natus est Jesus!"

Tudo está compendiado nesta frase. Maria, simples criatura; Jesus, Deus eterno; e a encarnação "de qua natus est"; afinal, a união indissolúvel que produz o nascimento, entre o Filho e a Mãe, a grande e incomparável obra-prima de Deus.

Ele pode fazer mundos mais vastos, um céu mais esplêndido, mas não pode fazer uma Mãe maior que a Mãe de Deus! (S. Bernardo Spec. B.V. c 10). Aqui Ele se esgotou. É a última palavra de seu poder e de seu amor!

Até a próxima amados irmãos!